DOS ENVIADOS AO RIO

O nível técnico do atletismo do Pan, que já era ruim, conseguiu piorar com a chuva que castigou ontem o Rio, agravada pelo frio de 15C que fez os carioca se agasalharem.
A situação mais crítica aconteceu nas provas de salto e arremesso. Em alguns casos, as competições ganharam ares de pastelão. No salto com vara, os cinco competidores iniciais somaram 15 tentativas, sendo que apenas uma com sucesso.
Quase todos escorregavam ou não conseguiam apoiar a vara de forma correta. Outros até conseguiam levantar vôo, mas de forma bastante atabalhoada.
"Essa chuva é terrível para a nossa prova. Quem não estava acostumado, como eu, sofre", disse o brasileiro João Sousa, outro que não conseguiu um salto válido em três tentativas.
A dificuldade era tanta que Fábio Gomes da Silva, o medalha de ouro, venceu com 5,40 m, quase 40 cm a menos do que a sua melhor marca. "Queria bater meu recorde, mas o tempo atrapalhou bastante", disse.
O arremesso de disco também foi prejudicado no Engenhão, que esteve quase vazio. Alguns atletas não atingiram nem 38 m, quase a metade do recorde mundial.
"Não dava para puxar o disco", lamentou o brasileiro Ronald Julião, sexto. "Meu objetivo era brigar pelo pódio."
Até quem conseguiu um resultado melhor se queixou das condições da pista. "Se estivesse sol e calor, o tempo ficaria no 1min44s", disse Fabiano Peçanha, que correu os 800 m em 1min45s54, o que já significa índice olímpico para Pequim.
No revezamento 4 x 100 m feminino, o piso escorregadio fez a americana Mikele Barber cair feio. Ela se arrastou por alguns metros depois de ultrapassar a linha de chegada.
A chuva transformou as últimas duas entregas de medalhas em uma triste cerimônia. Quase uma hora depois do final das provas, praticamente só havia jornalistas e membros de delegações na arena. (ALF E PC)


Texto Anterior: Atletismo: Em casa, Jadel faz festa no salto triplo
Próximo Texto: Atletismo: Mulheres brilham e colocam país à frente de potência
Índice