Brasileiras triunfam pela primeira vez em 3 provas e já são responsáveis por 12 das 22 medalhas nacionais no esporte

Homens podem ultrapassar desempenho feminino hoje, caso Vanderlei Cordeiro e Franck Caldeira subam ao pódio juntos na maratona

DOS ENVIADOS AO RIO

As mulheres foram o grande trunfo para o Brasil atingir a segunda posição no quadro de medalhas do atletismo do Pan.
Os anfitriões perderam a liderança para Cuba (12 ouros, 8 pratas e 10 bronzes). Mas, graças à evolução feminina, superaram os EUA e até agora têm 8 ouros, 5 pratas e 9 bronzes.
Até o Pan-07, as brasileiras somavam só seis ouros na história, contra 31 dos homens.
Em Santo Domingo-03, o Brasil conquistou 16 medalhas no atletismo. Dessas, 75% vieram de competições masculinas. E 80% dos títulos haviam sido obtidos pelos homens.
No Rio, tal proporção não se manteve. Pela primeira vez, as brasileiras subiram mais vezes ao pódio. De 22 conquistas, 12 foram obtidas por mulheres. De 8 títulos amealhados, 4 vieram de provas femininas.
Não bastasse isso, elas triunfaram pela primeira vez no Pan em três competições (1.500 m, 3.000 m com obstáculos e salto com vara). Também debutaram no pódio do salto triplo.
Já os homens conquistaram o primeiro ouro apenas no salto com vara, com Fábio Gomes da Silva. Pior, viram um de seus maiores nomes, Marilson dos Santos, recordista sul-americano dos 5.000 m e dos 10.000 m, perder ambas as provas.
Com Sabine Heitling nos 3.000 m com obstáculos, ontem, as mulheres atingiram a marca de quatro títulos, o mesmo que os homens conseguiram nas disputas de estádio.
O masculino ainda tem chance hoje de desempatar a conta na maratona com Vanderlei Cordeiro e Franck Caldeira. Mas, mesmo se os dois subirem ao pódio, no máximo irão igualar o total de medalhas dos homens em Santo Domingo (12).
Já as mulheres, que ontem encerraram sua participação no atletismo do Pan, tiveram um crescimento de 200% em pódios e conseguiram subir de um para quatro títulos.
Além de Sabine, Maurren Magi (salto em distância), Fabiana Murer (salto com vara), e Juliana Gomes dos Santos (1.500 m) venceram no Rio.
No pódio, Sabine teve a companhia da compatriota Zenaide Vieira, recordista sul-americana, que era mais cotada do que ela, mas ficou só com o bronze.
"A Zenaide possui marcas bem melhores que a minha, mas hoje era o meu dia", disse.
A prova foi a menos prestigiada do atletismo. Eram oito inscritas, e só seis largaram.
A brasileira fez a prova em 9min51s13. Não ficaria entre as 70 melhores neste ano. (ADALBERTO LEISTER FILHO E PAULO COBOS)


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