São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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VELA

Em seis chances, Brasil conquista "só" três ouros

Equipe iguala o melhor desempenho histórico em Pans, com 7 medalhas, sendo 3 de ouros, 2 de prata e 2 de bronze

Campeão mundial da RS:X, Ricardo Winicki, o Bimba, é o único do país a conquistar título em classe que será disputada em Pequim-2008

MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Na baía de Guanabara, o Brasil não transformou em ouro todas as seis chances que tinha nas sete finais que disputou, mas dominou o quadro de medalhas da vela no Pan, igualando seu melhor total (sete), obtido em Havana-1991.
Com três ouros, duas pratas e dois bronzes, o país mostrou sua força no iatismo pan-americano, que tem nove classes no programa, mas apenas quatro em comum com a Olimpíada. O recorde de ouros, porém, ainda é de Caracas-1983, com quatro.
Se alguém saiu consagrado da marina da Glória, foi Ricardo Winicki, o Bimba. Campeão mundial da RS:X (prancha a vela) há duas semanas, em Cascais (Portugal), ele dominou a raia na reta final e levou o Brasil ao único ouro em uma classe que também será disputada nos Jogos de Pequim-2008.
"Foi uma temporada maravilhosa. Isso só mostra que, para mim, Atenas [Olimpíada em que perdeu um ouro certo e ficou sem medalha na prova final] já é passado. Nunca considerei aquilo como um erro meu, continuei treinando, e o resultado está aí", afirmou Bimba, bi em Pans.
De fato, os velejadores que já eram campeões mundiais em suas classes fizeram sua parte.
Bastou um quarto lugar na final para consagrar o J24 nacional, atual bicampeão do mundo, de Maurício Santa Cruz, com Alexandre Saldanha, Daniel Santiago e João Carlos Jordão, que competiu no sacrifício, com colar cervical, devido a fortes dores. "Na última regata, ele [Jordão] não podia sentir mais nada. A adrenalina sobe, tinha que ganhar", disse Saldanha.
Na classe snipe, Alexandre Paradeda, campeão do mundo em 2001, e Pedro Tinoco celebravam o alto nível da prova.
"De 2001 para cá, todos os campeões mundiais da classe estão aqui", disse Paradeda, que lamentou o ouro perdido por Bernardo Arndt e Bruno Oliveira na hobie cat 16, por decisão no tapetão. "Roubaram o cara que mais merecia", disse.
Se alguém merecia mais, foi Robert Scheidt. Chegou destreinado, assumiu que não estava no seu auge da laser, foi humilde até demais para um bicampeão olímpico. Após vencer a sétima regata, ninguém mais o superou. Foram três vitórias consecutivas e insuficientes, já que o americano Andrew Campbell chegou em segundo e levou o ouro.
"Gostei da minha participação, não fiz feio. Não dá para ganhar todas", declarou Schedit, que vai se dedicar à classe star, que lhe deu nesta temporada seu oitavo título mundial -os outros são da laser.
A maior decepção foi o bronze de Cláudio Biekarck, que obteve sua sétima medalha em Pans. Podia ter chegado ao ouro na lightining, com Gunnar Ficker e Marcelo Silva. Terceiro na final, não conseguiu nem a prata e ficou com o bronze que a matemática já garantia.


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