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VELA
Em seis chances, Brasil conquista "só" três ouros
Equipe iguala o melhor desempenho histórico em Pans, com 7 medalhas, sendo 3 de ouros, 2 de prata e 2 de bronze
Campeão mundial da RS:X, Ricardo Winicki, o Bimba, é o único do país a conquistar título em classe que será disputada em Pequim-2008
MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Na baía de Guanabara, o Brasil não transformou em ouro
todas as seis chances que tinha
nas sete finais que disputou,
mas dominou o quadro de medalhas da vela no Pan, igualando seu melhor total (sete), obtido em Havana-1991.
Com três ouros, duas pratas e
dois bronzes, o país mostrou
sua força no iatismo pan-americano, que tem nove classes no
programa, mas apenas quatro
em comum com a Olimpíada. O
recorde de ouros, porém, ainda
é de Caracas-1983, com quatro.
Se alguém saiu consagrado
da marina da Glória, foi Ricardo Winicki, o Bimba. Campeão
mundial da RS:X (prancha a vela) há duas semanas, em Cascais (Portugal), ele dominou a
raia na reta final e levou o Brasil
ao único ouro em uma classe
que também será disputada
nos Jogos de Pequim-2008.
"Foi uma temporada maravilhosa. Isso só mostra que, para
mim, Atenas [Olimpíada em
que perdeu um ouro certo e ficou sem medalha na prova final] já é passado. Nunca considerei aquilo como um erro
meu, continuei treinando, e o
resultado está aí", afirmou
Bimba, bi em Pans.
De fato, os velejadores que já
eram campeões mundiais em
suas classes fizeram sua parte.
Bastou um quarto lugar na final para consagrar o J24 nacional, atual bicampeão do mundo, de Maurício Santa Cruz,
com Alexandre Saldanha, Daniel Santiago e João Carlos Jordão, que competiu no sacrifício,
com colar cervical, devido a fortes dores. "Na última regata, ele
[Jordão] não podia sentir mais
nada. A adrenalina sobe, tinha
que ganhar", disse Saldanha.
Na classe snipe, Alexandre
Paradeda, campeão do mundo
em 2001, e Pedro Tinoco celebravam o alto nível da prova.
"De 2001 para cá, todos os
campeões mundiais da classe
estão aqui", disse Paradeda,
que lamentou o ouro perdido
por Bernardo Arndt e Bruno
Oliveira na hobie cat 16, por decisão no tapetão. "Roubaram o
cara que mais merecia", disse.
Se alguém merecia mais, foi
Robert Scheidt. Chegou destreinado, assumiu que não estava no seu auge da laser, foi
humilde até demais para um bicampeão olímpico. Após vencer a sétima regata, ninguém
mais o superou. Foram três vitórias consecutivas e insuficientes, já que o americano Andrew Campbell chegou em segundo e levou o ouro.
"Gostei da minha participação, não fiz feio. Não dá para ganhar todas", declarou Schedit,
que vai se dedicar à classe star,
que lhe deu nesta temporada
seu oitavo título mundial -os
outros são da laser.
A maior decepção foi o bronze de Cláudio Biekarck, que obteve sua sétima medalha em
Pans. Podia ter chegado ao ouro na lightining, com Gunnar
Ficker e Marcelo Silva. Terceiro na final, não conseguiu nem
a prata e ficou com o bronze
que a matemática já garantia.
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