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GINÁSTICA RÍTMICA
Campeão, time quer "vôo solo"
Modalidade encerra participação no Pan com 100% de aproveitamento
Segundo a técnica da equipe de ginástica rítmica do país, a concorrência com a "irmã" artística ainda impede que o esporte seja emancipado
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O conjunto brasileiro encerrou ontem a competição de ginástica rítmica com mais dois
ouros nas provas por aparelhos.
Como já ganhara o geral, encerrou o Pan carioca com 100% de
aproveitamento. Agora, segundo avaliação da treinadora
campeã, o desafio é que a modalidade se emancipe .
"Depois desses títulos, o que
mais desejo é que a ginástica
rítmica não seja mais confundida com a ginástica olímpica [artística]", afirmou Monika Queiroz, após a segunda cerimônia
com as brasileiras no alto do
pódio no sábado.
"É importante aproveitar o
momento e mostrar que nossa
modalidade não é um esporte
de elite, como muita gente pensa. Temos meninas de todas as
faixas sociais na seleção. Espero que o projeto do Pan continue e que essa geração vitoriosa
estimule outras a procurarem a
ginástica rítmica", completou.
Não é segredo que a confederação de ginástica trata de forma distinta as três modalidades
que comanda -ginástica artística, ginástica rítmica e trampolim acrobático.
Vicélia Florenzano, presidente da CBG (Confederação
Brasileira de Ginástica), explica
o motivo. "Não podemos dar a
mesma valorização se a luta de
cada uma é diferente e com níveis de dificuldade distintos caso a caso."
Ela citou, como exemplo, o
número de concorrentes nas
provas de equipe na ginástica
rítmica e na artística. Na primeira, havia cinco países concorrendo no Rio. Na outra (em
que o Brasil foi vice-campeão
em ambos os gêneros), eram
sete as nações inscritas nos
eventos masculino e feminino.
"As equipes de artística masculina e feminina estão no mesmo patamar [de premiação].
São equivalentes. Na rítmica
não é igual, e no trampolim é
bem menos", comentou Florenzano.
A diferença nos status das ginásticas foram evidenciadas
também nos palcos usados em
cada uma das modalidades no
Pan. Enquanto a equipe de artística inaugurou a Arena Multiuso, palco para 13 mil pessoas,
na semana inicial dos Jogos, a
rítmica e o trampolim foram
disputados num dos pavilhões
do Riocentro, mais acanhado
que aquele em que se apresentaram os irmãos Hypólito.
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