São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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GINÁSTICA RÍTMICA

Campeão, time quer "vôo solo"

Modalidade encerra participação no Pan com 100% de aproveitamento

Segundo a técnica da equipe de ginástica rítmica do país, a concorrência com a "irmã" artística ainda impede que o esporte seja emancipado

LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O conjunto brasileiro encerrou ontem a competição de ginástica rítmica com mais dois ouros nas provas por aparelhos. Como já ganhara o geral, encerrou o Pan carioca com 100% de aproveitamento. Agora, segundo avaliação da treinadora campeã, o desafio é que a modalidade se emancipe .
"Depois desses títulos, o que mais desejo é que a ginástica rítmica não seja mais confundida com a ginástica olímpica [artística]", afirmou Monika Queiroz, após a segunda cerimônia com as brasileiras no alto do pódio no sábado.
"É importante aproveitar o momento e mostrar que nossa modalidade não é um esporte de elite, como muita gente pensa. Temos meninas de todas as faixas sociais na seleção. Espero que o projeto do Pan continue e que essa geração vitoriosa estimule outras a procurarem a ginástica rítmica", completou.
Não é segredo que a confederação de ginástica trata de forma distinta as três modalidades que comanda -ginástica artística, ginástica rítmica e trampolim acrobático.
Vicélia Florenzano, presidente da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica), explica o motivo. "Não podemos dar a mesma valorização se a luta de cada uma é diferente e com níveis de dificuldade distintos caso a caso."
Ela citou, como exemplo, o número de concorrentes nas provas de equipe na ginástica rítmica e na artística. Na primeira, havia cinco países concorrendo no Rio. Na outra (em que o Brasil foi vice-campeão em ambos os gêneros), eram sete as nações inscritas nos eventos masculino e feminino.
"As equipes de artística masculina e feminina estão no mesmo patamar [de premiação]. São equivalentes. Na rítmica não é igual, e no trampolim é bem menos", comentou Florenzano.
A diferença nos status das ginásticas foram evidenciadas também nos palcos usados em cada uma das modalidades no Pan. Enquanto a equipe de artística inaugurou a Arena Multiuso, palco para 13 mil pessoas, na semana inicial dos Jogos, a rítmica e o trampolim foram disputados num dos pavilhões do Riocentro, mais acanhado que aquele em que se apresentaram os irmãos Hypólito.


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