São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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VÔLEI

Era Bernardinho fecha coleção de títulos com o Pan

Triunfo por 3 a 0 sobre os EUA confirma a medalha de ouro da vitoriosa geração que havia perdido em Santo Domingo

Mesmo com a ausência de Ricardinho, cortado, e com o desgaste pela Liga Mundial, equipe ganha, sem perder nenhum set, torneio no Rio

MARIANA LAJOLO
MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

A seleção superou crise, cansaço, assédio, provocações e ontem fechou sua galeria.
A equipe do técnico Bernardinho derrotou os EUA, por 3 sets a 0 (25/16, 25/20 e 25/22), e conquistou o único título que faltava: o ouro do Pan.
O Brasil não ganhava o torneio masculino desde 1983, quando Bernardinho ainda era o levantador reserva do time.
"Só faltava ganhar aqui dentro de casa, no Brasil", afirmou o ponta Giba, após o triunfo.
Os adversários na campanha no Rio não ofereceram grande resistência -a equipe brasileira não perdeu um set sequer.
Os EUA, ontem, foram a prova disso. Até abriram alguns pontos de vantagem no começo da partida, mais por falta de atenção dos brasileiros do que por méritos próprios.
Quando os campeões olímpicos e mundiais passaram a impor seu ritmo, o caminho à vitória foi bastante tranqüilo.
As dificuldades enfrentadas pela seleção vieram de fora da quadra ou de dentro do grupo.
O corte do levantador Ricardinho às vésperas da estréia no Pan abalou os jogadores, que disseram ter sido pegos de surpresa pela decisão do técnico.
O começo da preparação para o Pan, já no Rio, foi tenso, com treinos silenciosos, atletas irritadiços. O primeiro jogo teve o mesmo ritmo. Bernardinho foi recebido com vaias. A partir da segunda partida -vitória sobre Cuba, mais forte rival da primeira fase-, o time se soltou, e o clima melhorou.
O time teve tranqüilidade principalmente no jogo contra a Venezuela, dirigida pelo controverso técnico Ricardo Navajas. O Brasil chegou a ficar atrás no placar, viu de perto o fantasma da eliminação de 2003, mas soube se recuperar.
O cansaço também era grande. Os titulares bem que tiveram folga maior, mas encararam mais de um mês de viagens até as finais da Liga Mundial.
Bernardinho até desmarcou treinos pela manhã no Rio. Se ficavam na Vila para descansar, porém, os atletas não podiam sair dos quartos. A seleção foi a campeã de assédio entre atletas brasileiros e voluntários.
Os atletas tiveram de recorrer a um carrinho de golfe para fugir das dezenas de pedidos de fotos. O próximo desafio do time é buscar a vaga olímpica.
Antes, precisa resolver a crise aberta com o corte de Ricardinho. Em setembro, a seleção joga o Sul-Americano, cujo campeão vai à Copa do Mundo, que dá vaga em Pequim-08. Os atletas já disseram que querem buscar o título com Ricardinho. "Ricardo, você faz parte dessa família", reforçou Giba.


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