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VÔLEI
Era Bernardinho fecha coleção de títulos com o Pan
Triunfo por 3 a 0 sobre os EUA confirma a medalha de ouro da vitoriosa geração que havia perdido em Santo Domingo
Mesmo com a ausência de Ricardinho, cortado, e com o desgaste pela Liga Mundial, equipe ganha, sem perder nenhum set, torneio no Rio
MARIANA LAJOLO
MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
A seleção superou crise, cansaço, assédio, provocações e
ontem fechou sua galeria.
A equipe do técnico Bernardinho derrotou os EUA, por 3
sets a 0 (25/16, 25/20 e 25/22),
e conquistou o único título que
faltava: o ouro do Pan.
O Brasil não ganhava o torneio masculino desde 1983,
quando Bernardinho ainda era
o levantador reserva do time.
"Só faltava ganhar aqui dentro de casa, no Brasil", afirmou
o ponta Giba, após o triunfo.
Os adversários na campanha
no Rio não ofereceram grande
resistência -a equipe brasileira não perdeu um set sequer.
Os EUA, ontem, foram a prova disso. Até abriram alguns
pontos de vantagem no começo
da partida, mais por falta de
atenção dos brasileiros do que
por méritos próprios.
Quando os campeões olímpicos e mundiais passaram a impor seu ritmo, o caminho à vitória foi bastante tranqüilo.
As dificuldades enfrentadas
pela seleção vieram de fora da
quadra ou de dentro do grupo.
O corte do levantador Ricardinho às vésperas da estréia no
Pan abalou os jogadores, que
disseram ter sido pegos de surpresa pela decisão do técnico.
O começo da preparação para o Pan, já no Rio, foi tenso,
com treinos silenciosos, atletas
irritadiços. O primeiro jogo teve o mesmo ritmo. Bernardinho foi recebido com vaias. A
partir da segunda partida -vitória sobre Cuba, mais forte rival da primeira fase-, o time se
soltou, e o clima melhorou.
O time teve tranqüilidade
principalmente no jogo contra
a Venezuela, dirigida pelo controverso técnico Ricardo Navajas. O Brasil chegou a ficar atrás
no placar, viu de perto o fantasma da eliminação de 2003, mas
soube se recuperar.
O cansaço também era grande. Os titulares bem que tiveram folga maior, mas encararam mais de um mês de viagens
até as finais da Liga Mundial.
Bernardinho até desmarcou
treinos pela manhã no Rio. Se
ficavam na Vila para descansar,
porém, os atletas não podiam
sair dos quartos. A seleção foi a
campeã de assédio entre atletas
brasileiros e voluntários.
Os atletas tiveram de recorrer a um carrinho de golfe para
fugir das dezenas de pedidos de
fotos. O próximo desafio do time é buscar a vaga olímpica.
Antes, precisa resolver a crise
aberta com o corte de Ricardinho. Em setembro, a seleção joga o Sul-Americano, cujo campeão vai à Copa do Mundo, que
dá vaga em Pequim-08. Os atletas já disseram que querem
buscar o título com Ricardinho.
"Ricardo, você faz parte dessa
família", reforçou Giba.
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