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CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O ouro e a ferida
A seleção de vôlei resolveu
o trauma: foi ouro no Pan e
ganhou o único título que
faltava na era Bernardinho.
Entre os adversários, só
dois contavam: a inexperiente Cuba e os EUA, surpresa
da Liga Mundial, mas que
veio sem quatro titulares e
sem o treinador para o Rio.
Tão desfalcado, o time
americano não deu muito
trabalho e foi alvo fácil para
o bloqueio adversário. Melhor para a seleção, que sofreu pressão extra por decidir o título em casa e que passou uma semana difícil
por causa do surpreendente
corte do seu capitão, o levantador Ricardinho.
Em um torneio como o
Pan, o título era certo. Sem
Ricardinho, ou sem qualquer
outro titular, a seleção teria
vencido. Em Pequim será diferente. O time vai precisar
da genialidade do melhor levantador do mundo. O Brasil
se despediu do Rio com o
ouro, mas com uma ferida
difícil de ser cicatrizada.
A pergunta é: Ricardinho
vai voltar? A comissão técnica optou por uma solução
traumática e arriscada. Em
vez de tratar internamente
os conflitos com o levantador, resolveu cortá-lo dois
dias antes da estréia no Pan
e tornar a questão pública. A
seleção ficou dividida.
Fica a dúvida: o time voltará a ser o que era?
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