São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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espelho

Com Dualib, Corinthians não sabe o que é vencer

Rival hoje do Flamengo, time piora em 9 fundamentos após retorno do presidente

Volta do cartola de Londres esquenta clima político no clube e coincide com queda de rendimento da equipe, que não ganha desde junho

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia 10 de junho, o Corinthians terminava a rodada como vice-líder do Brasileiro. Uma vitória por 2 a 1, de virada, contra América-RN, colocara o time nos calcanhares do Botafogo, já líder àquela altura.
Daquele dia até hoje, quando o time enfrenta o Flamengo, às 16h, no Morumbi, já se passaram 50 dias sem que outro triunfo voltasse a ocorrer.
Coincidência ou não, a decadência corintiana aconteceu ao mesmo tempo em que a turbulência política e a crise nos bastidores do clube aumentaram, depois de o presidente Alberto Dualib voltar de viagem infrutífera de 53 dias a Londres.
Mas a mudança corintiana não se limitou a aspectos psicológicos. Na prática, o período em que a política esquentou coincide com as oito rodadas sem vitórias do time. Mas a coincidência vai além disso. O desempenho da equipe em campo como um todo piorou.
Na maioria dos fundamentos acompanhados pelo Datafolha no Nacional, o time de Paulo César Carpegiani caiu de produção, quando comparado com o início do torneio, na hora em que havia tranqüilidade no Parque São Jorge e Dualib estava a quilômetros de distância.
Nesse mesmo período, a equipe despencou da segunda posição para a 16ª colocação -na semana passada, chegou a ficar entre os quatro últimos.
Nos primeiros cinco jogos, o time anotou 11 pontos. Nas oito partidas seguintes, marcou apenas mais quatro.
O time passou a trocar mais passes, mas perdeu precisão. Enquanto o número de toques aumentou de 240 para 268 por jogo, o aproveitamento caiu de 79% para 77%.
O desarme, fundamento vital para armar contragolpes, também aumentou, mas deixou de ser tão eficiente. No jejum de triunfos, o time passou a roubar mais bolas (de 127 para 148), mas não conseguiu ficar com elas -o percentual de desarmes completos, fundamento que indica quando a equipe passou a ser o atacante, caiu de 66% para 61%.
Porém entre os quesitos em que o Corinthians apresentou queda está um que talvez ajude a explicar bem o porquê de o ataque ser o pior do Brasileiro, ao lado do América-RN.
As assistências para finalizações, aquele passe que deixa o companheiro em condições de anotar o gol, teve queda de mais de 50%. Nos primeiros jogos, o Corinthians fazia em média 3,2 por jogo. Durante a seca de triunfos, as chances claras de gol caíram para 1,1 por duelo.
A falta de tranqüilidade para trabalhar já afetou também Carpegiani, que chegou a pedir demissão do cargo na semana passada. Agora, porém, com seu lugar ameaçado pela eventual mudança de comando do clube -no dia 7 será votado o afastamento de Dualib-, o treinador se diz menos preocupado. "Não posso me preocupar com isso agora. Tenho que me concentrar no meu trabalho. Isso aí é só mais para a frente."


NA TV - Corinthians x Flamengo
Globo (menos SP) e Band (para RJ e RS),16h, ao vivo



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