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espelho
Com Dualib, Corinthians não sabe o que é vencer
Rival hoje do Flamengo, time piora em 9 fundamentos após retorno do presidente
Volta do cartola de Londres
esquenta clima político no
clube e coincide com queda
de rendimento da equipe,
que não ganha desde junho
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia 10 de junho, o Corinthians terminava a rodada como vice-líder do Brasileiro.
Uma vitória por 2 a 1, de virada,
contra América-RN, colocara o
time nos calcanhares do Botafogo, já líder àquela altura.
Daquele dia até hoje, quando
o time enfrenta o Flamengo, às
16h, no Morumbi, já se passaram 50 dias sem que outro
triunfo voltasse a ocorrer.
Coincidência ou não, a decadência corintiana aconteceu ao
mesmo tempo em que a turbulência política e a crise nos bastidores do clube aumentaram,
depois de o presidente Alberto
Dualib voltar de viagem infrutífera de 53 dias a Londres.
Mas a mudança corintiana
não se limitou a aspectos psicológicos. Na prática, o período
em que a política esquentou
coincide com as oito rodadas
sem vitórias do time. Mas a
coincidência vai além disso. O
desempenho da equipe em
campo como um todo piorou.
Na maioria dos fundamentos
acompanhados pelo Datafolha
no Nacional, o time de Paulo
César Carpegiani caiu de produção, quando comparado com
o início do torneio, na hora em
que havia tranqüilidade no Parque São Jorge e Dualib estava a
quilômetros de distância.
Nesse mesmo período, a
equipe despencou da segunda
posição para a 16ª colocação
-na semana passada, chegou a
ficar entre os quatro últimos.
Nos primeiros cinco jogos, o
time anotou 11 pontos. Nas oito
partidas seguintes, marcou
apenas mais quatro.
O time passou a trocar mais
passes, mas perdeu precisão.
Enquanto o número de toques
aumentou de 240 para 268 por
jogo, o aproveitamento caiu de
79% para 77%.
O desarme, fundamento vital
para armar contragolpes, também aumentou, mas deixou de
ser tão eficiente. No jejum de
triunfos, o time passou a roubar mais bolas (de 127 para
148), mas não conseguiu ficar
com elas -o percentual de desarmes completos, fundamento que indica quando a equipe
passou a ser o atacante, caiu de
66% para 61%.
Porém entre os quesitos em
que o Corinthians apresentou
queda está um que talvez ajude
a explicar bem o porquê de o
ataque ser o pior do Brasileiro,
ao lado do América-RN.
As assistências para finalizações, aquele passe que deixa o
companheiro em condições de
anotar o gol, teve queda de mais
de 50%. Nos primeiros jogos, o
Corinthians fazia em média 3,2
por jogo. Durante a seca de
triunfos, as chances claras de
gol caíram para 1,1 por duelo.
A falta de tranqüilidade para
trabalhar já afetou também
Carpegiani, que chegou a pedir
demissão do cargo na semana
passada. Agora, porém, com
seu lugar ameaçado pela eventual mudança de comando do
clube -no dia 7 será votado o
afastamento de Dualib-, o treinador se diz menos preocupado. "Não posso me preocupar
com isso agora. Tenho que me
concentrar no meu trabalho.
Isso aí é só mais para a frente."
NA TV - Corinthians x Flamengo
Globo (menos SP) e Band (para RJ e
RS),16h, ao vivo
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