São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002

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FUTEBOL

Para a equipe da Vila, partida mais importante será a contra o Corinthians, rival direto na luta pela classificação

Santos menospreza jogo com o Palmeiras

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O clássico de hoje, às 17h, na Vila Belmiro, vale três pontos. O de quinta-feira, contra o Corinthians, no Pacaembu, vale seis.
Esse, pelo menos, é o raciocínio de boa parte dos jogadores santistas, que nitidamente consideram a partida de hoje menos importante do que a que terão depois.
"É lógico que o Palmeiras merece todo o respeito, mas será mais importante vencer o Corinthians, que é nosso rival direto pela classificação", comentou o atacante Robinho, 18, assim que chegou a São Paulo, vindo de Brasília, onde o time empatou com o Gama.
A seu lado estava Diego, 17, suspenso para o jogo de hoje. O meia afirmou que o amarelo recebido contra o Gama era, dos males, o menor. Era melhor não enfrentar o Palmeiras, que não luta por uma das vagas, do que o Corinthians.
E segundo o goleiro Júlio Sérgio, 23, foi o que o técnico Emerson Leão passou para a equipe. ""O campeonato vai afunilando e daqui em diante devemos nos preocupar em dobro com nossos concorrentes diretos", afirmou.
Mas o palmeirense Zinho, 35, acha que, na hora agá, o discurso de Leão será outro. "Ele vai fazer justamente o contrário, dizer que o jogo contra a gente é que será o importante, até pela fase difícil que atravessamos."
Apesar da vitória contra o Paysandu, Zinho acha que o Palmeiras ainda não pode ser considerado favorito nem de longe. "O Santos leva vantagem, por jogar em casa e também por estar melhor."
Sobre o fato de dizerem que o clássico contra o Corinthians é mais importante, o meia acha que, "se eles falaram isso, é porque são um time muito jovem".
E o próprio Leão concorda com isso -com a inexperiência de vários de seus jogadores, simbolizada por Diego, que completa 18 anos em fevereiro de 2003.
O técnico tem reclamado que seus atletas estão muito afobados. É o que chama de arroubos da juventude. O time é o que mais chuta a gol no Brasileiro -19,4 em média por jogo-, mas nem sempre com a desejada eficiência -63,9% de chutes errados. "Eles não podem pegar a bola e chutar. Têm de ter mais paciência, saber trabalhar as jogadas", afirmou.
E, de fato, segundo o Datafolha, o time da Vila tem sido muito afoito e tocado pouco a bola. Dá, em média, 302 passes por jogo, 46 a menos do que o Palmeiras.
Para o lateral Arce, a juventude e o excesso de confiança do Santos podem acabar se voltando contra eles. "Se não estão tão preocupados com a gente [como estariam com o Corinthians], melhor", disse o paraguaio, antes de completar: "Na verdade, não ligo para o que eles acham".
O lateral acha que, em outras circunstâncias, empatar na Vila seria normal, mas "não neste momento". "A gente precisa de uma sequência de vitórias", afirmou, referindo-se ao fato de o time ser o lanterna -os últimos quatro do torneio serão rebaixados.
Para o zagueiro César, uma série de resultados positivos será uma forma de retribuir a dívida que os jogadores têm com a torcida, que os apoiou durante todo o jogo contra o Paysandu.
"Vamos ter que ir pagando isso pouco a pouco. Estamos no caminho certo, mas não dá para pensar em classificação", comentou o atleta, que discorda do técnico Levir Culpi, para quem ainda dá para chegar entre os oito.
Já Dodô, que conhece bem a torcida do Santos, pois já defendeu o clube, avisa que ""vão pegar muito no pé". "Mas é porque no fundo têm respeito pela gente."


NA TV - Globo (só para SP) e Record (menos para Santos), ao vivo, às 17h



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