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FUTEBOL
Maioria das equipes "condenadas" no Brasileiro não conseguiu voltar à primeira divisão por méritos esportivos
Rebaixados sofrem para retornar à elite
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é à toa que virada de mesa
é, quase sempre, uma solução desejada pelos clubes rebaixados no
Campeonato Brasileiro.
O retrospecto da competição a
partir do momento em que o descenso virou praxe, em 1988, mostra que um time condenado à segunda divisão tem sérios problemas para retornar à elite.
Nos últimos 14 anos, o rebaixamento no principal campeonato
do país aconteceu 38 vezes, sendo
que algumas equipes foram atingidas em mais de uma ocasião.
Desses 38, apenas 12, ou 32% do
total, retornaram à elite conseguindo a vaga dentro de campo.
Os outros 26 foram beneficiados por uma virada de mesa ou
continuam nas divisões menos
importantes do Nacional até hoje.
América-RJ e Bangu, dois dos
primeiros rebaixados do Brasileiro, em 1988, entraram no limbo
total a partir dessa temporada.
Após bons resultados no Nacional na década de 80 -os americanos foram semifinalistas em 1986,
e o Bangu obteve o vice em
1985-, entraram em decadência
e hoje amargam a terceira divisão.
Outros times tradicionais que
não conseguiram se recuperar de
um rebaixamento no Brasileiro
foram Náutico e Remo -ambos
fazem hoje campanhas apenas regulares na segunda divisão.
Clubes pequenos de São Paulo,
como Inter de Limeira e São José,
também não tiveram forças para
retornar à elite e seguiram pelo
caminho do ostracismo.
Já os "gigantes" do país rebaixados fracassaram na Série B e precisaram de ajuda do tapetão para
saírem do "fundo do poço".
Vítima do descenso em 1991, o
Grêmio não conseguiu ficar nem
entre os oito primeiros da Série B
em 1992 e precisou ser "içado"
por uma virada de mesa -a primeira da gestão de Ricardo Teixeira na presidência da CBF.
Muito pior fez o Fluminense.
Depois de beneficiado no tapetão
e se safar do rebaixamento de
1996, o clube carioca novamente
foi condenado no ano seguinte.
Assim, precisou disputar a Série
B em 1998. Lá, terminou numa
medíocre 19ª posição e desceu para a terceira divisão, de onde conseguiu sair no ano seguinte.
Em 2000, o Fluminense, ao lado
do Bahia, que também fracassou
na Série B, foi beneficiado pela virada de mesa que criou a Copa
João Havelange e retomou seu lugar na primeira divisão.
Atlético-PR e Goiás foram alguns clubes de peso que se transformaram em exceções e conseguiram, por méritos dentro do
campo, a vaga perdida na elite.
Promessas
Apesar da fama dos ameaçados
no Brasileiro-2002 -Palmeiras e
Botafogo estariam condenados se
a primeira fase já estivesse encerrada-, o comando do futebol no
país promete que não haverá virada de mesa desta vez.
Ricardo Teixeira declarou à Folha no início do mês que "não há
nenhuma hipótese de o regulamento ser rasgado".
O presidente do Clube dos 13,
Fábio Koff, e o diretor-executivo
da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, também descartam
qualquer manobra para favorecer
os grandes rebaixados.
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