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Fifa se reúne em silêncio na Suíça
COPA-2018
Sob suspeita e proibida de comentar reunião, cúpula da entidade discute pleito
VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE
Forte esquema de segurança. Portas que só abrem
após a leitura de impressões
digitais. Homens chegam em
carros pretos, com casacos
pretos e se fecham dentro do
suntuoso prédio da Fifa, em
Zurique, que é cinza e preto.
Discutem como dar um ar
de seriedade e lisura ao processo de escolha das sedes
das Copas do Mundo de futebol de 2018 e 2022.
Processo que hoje está
manchado por imagens de
dois membros do Comitê
Executivo da entidade tentando vender seus votos.
A reunião do comitê começou ontem e acaba hoje. Várias questões estão na mesa.
1) As eleições das sedes serão mesmo no dia 2 de dezembro ou serão adiadas por
causa do escândalo?
2) Serão definidas as sedes
de 2018 e 2022 conjuntamente ou uma delas terá a escolha postergada?
3) Uma ou mais candidaturas serão excluídas por suspeita de troca de votos?
4) Serão substituídos os
dois membros flagrados e
suspensos ou as decisões sobre as sedes da Copa serão tomadas por só 22 membros?
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu aos membros do comitê que não façam comentários sobre as
reuniões. Para hoje, está
marcada uma entrevista coletiva do próprio dirigente.
Enquanto isso, a Fifa tenta
dar um ar de normalidade à
reunião. Alega que o encontro já estava agendado e que
o tema corrupção pode nem
entrar na pauta.
Um problema menor do
qual a entidade se livrou foi a
reclamação da candidatura
da Inglaterra contra a da Rússia, acusada de fazer críticas
aos rivais, o que é vetado. Os
ingleses retiraram o protesto
após terem recebido pedido
de desculpas dos russos.
Mas continuam vivas outras questões maiores, como
o suposto acordo eleitoral entre Espanha/Portugal e Qatar. Ontem, espanhóis confirmaram oficialmente que estão sendo investigados.
E o assunto mais controverso é a suposta comercialização de votos pelo taitiano
Reynald Temarii e pelo nigeriano Amos Adamu, ambos
flagrados pelo "Sunday Times" negociando seus
apoios por dinheiro.
Há 11 países interessados
no desfecho da confusão.
Rússia, Inglaterra, Espanha/Portugal e Holanda/Bélgica disputam o direito de sediar o Mundial de 2018.
Para 2022, os candidatos
são Austrália, Qatar, Japão,
Coreia do Sul e EUA.
Em meio a indefinições e
suspeitas, os concorrentes a
abrigar o torneio continuam
a trabalhar nas campanhas.
"Hoje, não sabemos quantos membros do comitê vão
votar. Fora isso, não vemos
nenhum impacto", disse Alexei Sorokin, responsável pela candidatura da Rússia.
O alvo dele -e das outras
oito candidaturas- são os
homens de preto.
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