São Paulo, quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Foi!

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Os jornalistas José Nilton Dalcim e Odir Cunha são dois dos mais bem informados no país quando o assunto é tênis. Zé Nilton cuida do site "Tenisbrasil", e Odir, da bela revista "Tênis Total". Primeiro Odir, depois Zé Nilton, eles me ligaram pouco antes do Natal para saber o que eu achei do ano.
Bem, não houve ninguém como Roger Federer. Nem de perto. Zé Nilton ainda pergunta quem mais se aproximou do suíço. Nem Marat Safin, que começou bem e deu um "sprint" no fim, nem Lleyton Hewitt, que reapareceu. A Corrida pôs Andy Roddick em segundo. Para mim, é ok.
Zé ainda pergunta qual o maior feito de Federer. Foram tantos: perder só um jogo de Grand Slam, superar 1.200 pontos na Corrida, derrotar 23 top ten consecutivos, ganhar três títulos seguidos em pisos distintos, marcar 6-0 em final de Grand Slam... Impressiona a série invicta sobre os outros melhores do mundo. Contra os melhores dos melhores, o suíço foi melhor, foi imbatível.
Só pode, portanto, ser de Federer o melhor jogo. O contra Safin foi ótimo, mas não significou muito; contra Guga foi melhor ainda, mas não representou o ano. Contra Agassi pareceu perfeito: a vitória da nova geração sobre a velha. Federer virou a página do tênis em 2004.
"Canto" que o retorno mais impressionante foi o de Guillermo Cañas, mais até do que o de Safin, o de Hewitt ou o de Haas. Bastante pelo salto que o argentino deu no ano mas também pela persistência inspiradora que transmite.
Quem mais evoluiu tecnicamente? Joachim Johansson acabou na frente entre os que apareceram no ano. Sim, Rafael Nadal apareceu (muito, pela Davis) e é uma aposta para 2005, mas o sueco deu um salto maior.
Entre as meninas, Maria Sharapova desponta como a que mais evoluiu. O feliz-santista Odir pergunta se Sharapova é também a melhor tenista da temporada. Digo que é a mais badalada e que, por isso, talvez fique a impressão de que foi a melhor mesmo.
Descontada a badalação sobre Sharapova, certo é que as russas se destacaram. E, entre elas, na impossibilidade de apontar uma, nomeei Anastasia Myskina, a russa que treina na Rússia, com técnico russo e parece ser a mais representativa do tênis russo.
Foi ainda um ano de contusões, lembram-me os especialistas. No masculino, Juan Carlos Ferrero não se recuperou (e decepcionou). No feminino, Kim Clijsters e Justine Henin-Hardene deixaram de medir forças com as russas.
A maior surpresa? Alguém em sã consciência apostaria em Gaston Gaudio em Roland Garros?
E o fato do ano no tênis brasileiro? Ninguém ligou para a queda de Saretta no ranking nem para mais uma cirurgia de Guga. É certo que houve alguma graça no título de Ricardo Mello. Mas a crise na CBT e o boicote à Copa Davis não foram esquecidos. Nem pelo Zé Nilton, nem pelo Odir, nem por mim (e nem por você).
Resta torcer e esperar que o próximo ano traga só notícias boas. Para Federer, para as russas, para Safin, Guga, Mello, Saretta, para Zé Nilton, Odir (e para você).

Ela não pára de jogar
Martina Navratilova, aos 48, vai disputar a chave de duplas do Torneio de Gold Coast, na Austrália, a partir de segunda.

Ele não volta a jogar
Patrick Rafter, aos 32, volta para a disputa do Aberto da Austrália, em janeiro. Mas apenas como comentarista de TV, fora das quadras.

Ele parou de jogar
Marcelo Ríos, aos 28, disputou sua última partida na semana passada, contra Guillermo Coria, em Santiago. Não joga nunca mais, disse.

Eles voltam a jogar
O Parque Villa-Lobos recebe a partir de segunda o Challenger de SP.

E-mail reandaku@uol.com.br


Texto Anterior: Futebol: Procon multa Atlético-PR, CBF e federação por morte de torcedor
Próximo Texto: Futebol - Jorge Kajuru: Santa impaciência
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.