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TÊNIS
Foi!
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Os jornalistas José Nilton
Dalcim e Odir Cunha são
dois dos mais bem informados no
país quando o assunto é tênis. Zé
Nilton cuida do site "Tenisbrasil",
e Odir, da bela revista "Tênis Total". Primeiro Odir, depois Zé Nilton, eles me ligaram pouco antes
do Natal para saber o que eu
achei do ano.
Bem, não houve ninguém como
Roger Federer. Nem de perto. Zé
Nilton ainda pergunta quem
mais se aproximou do suíço. Nem
Marat Safin, que começou bem e
deu um "sprint" no fim, nem
Lleyton Hewitt, que reapareceu.
A Corrida pôs Andy Roddick em
segundo. Para mim, é ok.
Zé ainda pergunta qual o maior
feito de Federer. Foram tantos:
perder só um jogo de Grand Slam,
superar 1.200 pontos na Corrida,
derrotar 23 top ten consecutivos,
ganhar três títulos seguidos em
pisos distintos, marcar 6-0 em final de Grand Slam... Impressiona
a série invicta sobre os outros melhores do mundo. Contra os melhores dos melhores, o suíço foi
melhor, foi imbatível.
Só pode, portanto, ser de Federer o melhor jogo. O contra Safin
foi ótimo, mas não significou
muito; contra Guga foi melhor
ainda, mas não representou o
ano. Contra Agassi pareceu perfeito: a vitória da nova geração
sobre a velha. Federer virou a página do tênis em 2004.
"Canto" que o retorno mais impressionante foi o de Guillermo
Cañas, mais até do que o de Safin,
o de Hewitt ou o de Haas. Bastante pelo salto que o argentino deu
no ano mas também pela persistência inspiradora que transmite.
Quem mais evoluiu tecnicamente? Joachim Johansson acabou na frente entre os que apareceram no ano. Sim, Rafael Nadal
apareceu (muito, pela Davis) e é
uma aposta para 2005, mas o sueco deu um salto maior.
Entre as meninas, Maria Sharapova desponta como a que mais
evoluiu. O feliz-santista Odir pergunta se Sharapova é também a
melhor tenista da temporada. Digo que é a mais badalada e que,
por isso, talvez fique a impressão
de que foi a melhor mesmo.
Descontada a badalação sobre
Sharapova, certo é que as russas
se destacaram. E, entre elas, na
impossibilidade de apontar uma,
nomeei Anastasia Myskina, a
russa que treina na Rússia, com
técnico russo e parece ser a mais
representativa do tênis russo.
Foi ainda um ano de contusões,
lembram-me os especialistas. No
masculino, Juan Carlos Ferrero
não se recuperou (e decepcionou).
No feminino, Kim Clijsters e Justine Henin-Hardene deixaram de
medir forças com as russas.
A maior surpresa? Alguém em
sã consciência apostaria em Gaston Gaudio em Roland Garros?
E o fato do ano no tênis brasileiro? Ninguém ligou para a queda
de Saretta no ranking nem para
mais uma cirurgia de Guga. É
certo que houve alguma graça no
título de Ricardo Mello. Mas a
crise na CBT e o boicote à Copa
Davis não foram esquecidos. Nem
pelo Zé Nilton, nem pelo Odir,
nem por mim (e nem por você).
Resta torcer e esperar que o próximo ano traga só notícias boas.
Para Federer, para as russas, para
Safin, Guga, Mello, Saretta, para
Zé Nilton, Odir (e para você).
Ela não pára de jogar
Martina Navratilova, aos 48, vai disputar a chave de duplas do Torneio de Gold Coast, na Austrália, a partir de segunda.
Ele não volta a jogar
Patrick Rafter, aos 32, volta para a disputa do Aberto da Austrália, em
janeiro. Mas apenas como comentarista de TV, fora das quadras.
Ele parou de jogar
Marcelo Ríos, aos 28, disputou sua última partida na semana passada, contra Guillermo Coria, em Santiago. Não joga nunca mais, disse.
Eles voltam a jogar
O Parque Villa-Lobos recebe a partir de segunda o Challenger de SP.
E-mail reandaku@uol.com.br
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