CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Final da Superliga: chegou a hora do inevitável balanço. Nada melhor do que começar pelo Telemig/Minas, o grande time da temporada. A equipe chegou ao bicampeonato com uma campanha perfeita: em 35 jogos, três derrotas. Com sete títulos nacionais, é o clube do país com maior número de conquistas no vôlei.
Durante toda a competição, a grande questão era se o Minas conseguiria manter o ritmo forte de jogo até a fase decisiva. No mundo do esporte, não faltam exemplos de times que fazem grandes campanhas e tropeçam nas etapas finais.
O que impressionou no Minas, que chegou a ficar invicto 26 partidas, foi a regularidade durante os cinco meses do torneio. Tanto que duas equipes teriam de ganhar um troféu especial: Banespa e Ulbra (as únicas que conseguiram vencer o time mineiro -o Banespa, duas vezes).
O que chama a atenção é o equilíbrio da equipe desde a formação, uma mescla de jogadores experientes com novatos, até o desempenho nos fundamentos. Na seleção do torneio, o Minas dominou o ataque (André), o levantamento (Maurício), o bloqueio (Henrique), o passe (Ezinho) e o técnico (Cebola).
Para a felicidade do torcedor mineiro, jogadores e comissão técnica renovaram seus contratos por mais uma temporada. A exceção é o atacante Giba, com proposta para atuar na Itália.
Com tanta eficiência, a equipe titular inteira do Minas foi convocada para a seleção. O melhor é que o levantador Maurício, aos 33 anos, continua dando show de bola e foi eleito o melhor jogador da temporada.
Já as maiores revelações da Superliga são atacantes de força e jogam na diagonal do levantador: André, do Minas, e Anderson, da Ulbra.
Esbanjando habilidade e técnica, André teve o ataque mais eficiente do torneio.
Já Anderson mostrou muita força, impulsão e foi o maior pontuador da Superliga.
Os números impressionam: em 34 jogos, Anderson marcou 678 pontos, quase 20 por partida. Foi o maior número de pontos de um atleta em uma Superliga. Nenhum jogador também atacou tantas bolas como ele: foram 1.045 ataques, média de 31 por jogo. Para se ter uma idéia, André atacou 777 bolas.
Os dois vão lutar por uma vaga na seleção. André largou na frente: já se apresenta amanhã em São Paulo e inicia a preparação para a primeira fase da Liga Mundial com jogos na Holanda, na Alemanha e nos EUA.
Fora dessa etapa, Anderson ficará treinando em Florianópolis junto com Xanxa, Douglas e Ezinho. Anderson, que não havia sido chamado entre os 18 atletas da relação inicial de Bernardinho para a Liga Mundial, foi inscrito no lugar de Ricardo Roim, cortado.
Já no feminino, o que parecia inevitável aconteceu: o Vasco, vice-campeão brasileiro, não vai investir mais no vôlei. Já teve início então o drama de todo final de temporada: a busca de um novo patrocínio. A técnica Isabel está em negociações com a Prefeitura de Campos (RJ).
E os clubes já começam também a anunciar as mudanças: Antônio Rizola, ex-São Caetano, será o técnico do MRV/Minas; Zé Roberto está de volta ao vôlei para comandar o BCN. Agora falta Bebeto de Freitas, campeão mundial dirigindo a Itália em 98, que continua afastado das quadras.

Italiano feminino
O Modena, da brasileira Ana Flávia, está fora das finais do Campeonato Italiano. O time foi eliminado pelo Reggio Calabria, que ganhou o reforço da romena Cristina Pirv, ex-MRV/Minas. Nas quatro partidas disputadas da série de cinco das semifinais, a equipe do Modena teve uma vitória e três derrotas. Reggio Calabria e Bergamo, da peruana Gabriela Perez, iniciam na próxima quarta-feira a disputa pelo título.

Italiano masculino
O Sisley Treviso é o novo campeão italiano. O time conquistou o quinto título da sua história ao derrotar o Milano, do argentino Marcos Milinkovic, por 3 sets a 1 (22/25, 25/17, 27/25 e 25/19) na terceira partida -da série de cinco- das finais. O destaque foi o atacante russo Fomin, o maior pontuador, com 21 pontos. Além de Fomin, a equipe titular do Sisley tem Bernardi, Papi, Gravina, Vullo e Van de Goor.

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