São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006

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FUTEBOL

Meia-atacante é recordista de campanhas, enquanto colega some das telas

Ronaldinho ostenta ofertas que faltam para Adriano

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Outdoor exibe jogadores da seleção brasileira na mais cara campanha publicitária com motivos da Copa do Mundo na Alemanha


DA REPORTAGEM LOCAL

Um é o melhor do mundo e encanta pela alegria, mas na seleção brasileira nunca empolgou da mesma forma que no Barcelona. O outro é tímido e vem mal na Inter de Milão, mas é herói do time nacional nesta era Parreira.
Para os publicitários, a parte da seleção do parágrafo acima pouco importa. As ofertas que sobram para Ronaldinho, 26, faltam para Adriano, 24, no ano da Copa.
O primeiro tem um enorme portfólio de clientes, todos eles gigantes em seus setores e quase todos multinacionais.
Na lista, telefonia, bebidas isotônicas, chicletes, banco, lubrificantes, carros e desodorantes.
Dono da marca mais valiosa da bola (foi avaliada recentemente em mais de R$ 120 milhões e no passado ganhou R$ 36 milhões apenas com patrocinadores), Ronaldinho cobra caro, mas é exaltado por seus contratantes.
"Se existe alguém que entende de qualidade e desempenho é o Ronaldinho", afirma Glenn Johnson, diretor de marketing para a Chevron (dona da marca Texaco) na América Latina.
O estafe de Ronaldinho garante que o excesso de patrocinadores não atrapalha seu desempenho dentro de campo. Além de gastar até um dia inteiro para a filmagem de anúncios, ele ainda participa de entrevistas e eventos de seus patrocinadores.
Já o jogador que mais brilhou pela seleção desde 2004 tem aversão às peças publicitárias.
Adriano não acompanha seus colegas quando o assunto é ganhar dinheiro com comerciais.
"Primeiro, ele não gosta muito de aparecer. E, depois, nós tivemos várias propostas, mas não chegamos a um acordo", afirma o ex-goleiro Gilmar Rinaldi, empresário do jogador.
Segundo ele, Adriano, melhor jogador na Copa das Confederações do ano passado e artilheiro da Copa América-2004, recebeu convite do Santander para estrelar, com Ronaldo, Ronaldinho, Kaká, Cafu, Robinho e Roberto Carlos, a campanha publicitária do banco. Mas, segundo Rinaldi, havia proposta de uma outra instituição financeira também e não houve acerto.
O empresário afirma que negocia com algumas empresas a participação de Adriano em comerciais que seriam veiculados na Europa antes do Mundial.
"Mas ele não gosta de muita coisa. Vão ser no máximo duas ou três empresas", declara Rinaldi, sem revelar nomes.
Atualmente, Adriano tem contrato apenas com a Nike, como Ronaldo, Ronaldinho e Robinho. "Isso limita um pouco. Por exemplo, a Rider convidou o Adriano para fazer um comercial, e a Nike vetou", diz o empresário.
O acordo com a empresa de material esportivo termina após a Copa da Alemanha e, de acordo com Rinaldi, outras marcas concorrentes fizeram propostas.
Adriano é superado até por integrantes da comissão técnica. O coordenador Zagallo, por exemplo, virou o garoto-propaganda de uma montadora de carros. O técnico Carlos Alberto Parreira anuncia um curso de idiomas. (EDUARDO ARRUDA E PAULO COBOS)


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