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PINGUE-PONGUE
"Não é de agora que perdemos", diz Della Monica
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de um ano e três meses e no meio de sua maior crise
como presidente, Affonso della
Monica acredita ter feito mudanças no Palmeiras. Mas,
lembrando que o time perde há
anos, pediu paciência à torcida.
Já não tem tanta certeza de título, depois do fracasso no
Paulista. Mas ainda acha que
fez certo nos investimentos em
jogadores caros.
E ressaltou as mudanças em
relação à gestão do antecessor
Mustafá Contursi, hoje seu
opositor. Nem a sala da presidência resistiu. Perdeu a cor
branca da parede por um verde
claro. "Mudou tudo".
Folha - Arrepende-se de alguma contratação?
Affonso Della Monica - Não,
não me arrependo. Aqueles
que eu queria deram certo. Só
quero que a torcida tenha paciência. Não é de agora que
perdemos. Perdemos faz anos.
Folha - Ainda dá para cumprir
a promessa de fazer o Palmeiras
ser campeão em 2006?
Della Monica - Eu achei que
dava. Tinha convicção disso.
Mas aí perdemos o Paulista. O
Brasileiro é bem mais difícil e
começamos mal. Mas é só acertar uma peça ou outra.
Folha - O senhor conseguiu fazer tudo o que queria até agora?
Della Monica - Fizemos. Com
muitas pessoas criando obstáculos, dizendo que gastamos
muito no futebol. Se você não
gastar não monta time. Temos
que investir. O jogador é um
patrimônio. Não considero como gasto, e sim investimento.
Folha - Sobre essa nova oposição, a liderança é o Mustafá?
Della Monica - Não diria isso.
Tenho bom relacionamento
com o Mustafá. Somos amigos.
Folha - E no campo político, o
senhor considera adversário?
Della Monica - Minha função é
tratar do andamento do clube.
Cada um tem o seu ponto de
vista. Evidentemente isso atrapalha, não a nossa gestão, mas
o andamento do clube. Mas é
um direito que eles têm.
Folha - A reforma da diretoria
foi reflexo dessa discordância?
Della Monica - Nós fizemos
um remanejamento. É um
ponto de vista meu antigo. O
diretor não pode ficar 20 anos
como diretor do departamento
de bocha. Porque um dia que
for chamado para um cargo
maior, ele só conhece aquilo.
Além disso, era preciso dar espaço para novos conselheiros
que estavam querendo ajudar.
Folha - Mas por que o senhor
preferiu não mexer no departamento de futebol?
Della Monica - Em determinados postos não se deve mexer.
Se mexer, atrapalha.
Folha - No orçamento estão
descritos R$ 58 milhões para o
futebol. Quanto foi gasto?
Della Monica - Não dá para saber ainda, pois só se passaram
três meses. Mas esperamos ficar dentro do orçamento. Isso é
um valor que a cada ano aumenta um pouco. É normal.
Folha - Sua meta é alinhavar
uma parceria?
Della Monica - É, estamos procurando, conversando com vários segmentos. Mas o comando tem que ser do Palmeiras.
Não abrimos mão disso.
Folha - E o que falta para ser
campeão?
Della Monica - Falta um novo
técnico e sorte. Sem sorte não
se faz nada na vida. É um conjunto, com competência, harmonia e técnica.
Folha - E as críticas sobre o isolamento do futebol?
Della Monica - O futebol tem
que ficar no CT. Antigamente,
ficava aqui, e os conselheiros ficavam em cima. Agora fica isolado. Mas todos sabem, não só
pela imprensa, mas também
pelas reuniões do Conselho
Deliberativo. Sabem de tudo.
Folha - A demissão do Leão,
defendido pelo Palaia, enfraqueceu o diretor de futebol?
Della Monica - Não. O futebol
está nas mãos dele. E vou quase
todo dia ao CT. Além de presidente, sou praticamente o diretor de futebol. Eu estou junto.
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