|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAN-AMERICANO
Estado oferece salário para pelo menos dez pessoas que forneçam dados que gerem prisão importante
Rio-07 contrata informante contra crime
MARIO HUGO MONKEN
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A Subsecretaria de Inteligência,
órgão vinculado à Segurança Pública do Rio de Janeiro, vai contratar pelo menos dez informantes para fornecer dados sobre a
movimentação de criminosos em
áreas onde serão disputadas as
competições do Pan de 2007.
Esses informantes receberão salários mensais que variam entre
R$ 300 e R$ 1.000, que poderão ser
aumentados caso forneçam um
dado que resulte em prisão importante ou uma grande apreensão de drogas, por exemplo.
Outra preocupação da polícia
fluminense são eventuais manifestações terroristas durante os
Jogos. O salário do informante
poderá aumentar caso traga dados consistentes sobre esse risco.
A pasta mantém sob sigilo os locais onde serão recrutados os informantes. A Folha apurou que
uma área será a de Cidade de
Deus (zona oeste), que fica muito
próxima - menos de 2 km- da
Vila Pan-Americana, onde se hospedarão 8.000 pessoas.
Os agentes de inteligência temem que, com o grande número
de turistas e atletas na cidade, aumente o abastecimento de drogas
na favela e que os traficantes possam montar "esticas" (bocas-de-fumo fora da favela para facilitar
acesso de usuários).
Outra área que deverá ter um
informante é o complexo de favelas da Maré (zona norte). As comunidades margeiam as linhas
Amarela e Vermelha, vias expressas que servirão de acesso dos
atletas aos locais de competições.
O grande temor da polícia na região são os assaltos que possam
vir ocorrer nas duas linhas e os tiroteios constantes.
Segundo os agentes, a idéia é
que os informantes sejam moradores das próprias áreas consideradas de risco.
Há casos também em que os informantes poderão ser contratados e levados a atuar em outra comunidade. Mas aí será providenciado algum disfarce para evitar
levantar suspeita. O recrutamento
deverá começar ainda neste ano
para que haja um planejamento
mais consistente.
Atualmente, a Subsecretaria de
Inteligência conta com cerca de
20 informantes oficiais -90% deles trazem informações sobre tráfico de drogas.
Esse tipo de informante assalariado se difere da figura do tradicional X-9, muito usado pelas polícias Civil e Militar. O assalariado
mantém vínculo com o governo
durante um determinado tempo.
Já os X-9 são informantes pessoais de um policial ou de uma
delegacia. Eles também podem
receber ajuda financeira, mas não
é obrigatória e depende de um
acordo feito entre as partes.
Apesar de realizarem um serviço de risco, os informantes oficiais, que existem desde 2004, não
recebem nenhum tipo de segurança para realizar o trabalho. A
proteção só ocorre se a subsecretaria descobrir que o seu informante está "queimado" em sua
comunidade. Neste caso, ele é
transferido de local, de cidade ou
até de Estado.
Texto Anterior: Boxe: Popó ganha, e Brasil obtém feito inédito Próximo Texto: Saiba mais: Recrutamento tem entrevista e banco de dados Índice
|