dos enviados a Ozoir-la-Ferrière

A seleção brasileira precisou ontem de uma ajuda da arbitragem para vencer uma equipe da terceira divisão da França num jogo-treino de 50 minutos, disputado ontem no estádio Três Pinheiros, em Ozoir-la-Ferrière, na região metropolitana de Paris.
O gol sobre o Racing de Paris, que foi campeão nacional nos anos 50, foi marcado pelo atacante Ronaldinho, aos 32min. O atacante Bebeto se atirou na área e o juiz, que é o preparador físico auxiliar da seleção, Marcos Moura Teixeira, apitou. Marcos é primo do presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira.
O técnico Mario Zagallo disse após o treino ter ficado frustrado com o desempenho da equipe.
"Minha expectativa era mudar a rotina e criar mais motivação. Queria ver como a equipe se comportava diante de outro sistema de marcação. Mas este jogo-treino não serviu para nada. O outro time não exigiu nada e o jogo ficou muito lento. Foi um treino em banho-maria."
Zagallo afirmou que teria sido melhor se tivesse realizado um coletivo ou um treino tático. "Pelo menos nele, os jogadores se empenham mais. Até o final da Copa, não vou mais fazer nenhum jogo-treino como esse."
O treinador disse, porém, que não dava importância à falta de gols, nem ao fato do gol ter sido ilegítimo. "A marcação do pênalti teve um lado bom. Pudemos executar uma cobrança."
Durante o treino, o treinador se irritou com a equipe. Gritou quatro vezes para que o time imprimisse maior velocidade tanto na volta para a defesa quanto na saída de bola.
"Se fosse num coletivo, eu pararia para corrigir. Mas num jogo-treino, você tem que deixar correr solto. Fiquei com vergonha de parar a partida."
Ele minimizou a importância de a equipe ter criado tão poucas chances. Além das finalizações de Ronaldinho, não houve mais nenhuma que tenha levado perigo ao time francês.

Movimentação
Nos primeiros minutos, a seleção brasileira conseguiu mostrar algumas jogadas, especialmente nas tabelas entre o meia Rivaldo e o atacante Ronaldinho, que chutou uma bola na trave.
Dos jogadores de criação, foi o meia Giovanni quem teve a participação mais discreta.
Ele passou a maior parte do jogo do lado direito se confundindo com o volante César Sampaio.
"Vou falar com ele. Acho que está tão preocupado com a parte defensiva que está se segurando atrás. Quero que ele crie. É seu ponto forte", disse Zagallo.
O treino mostrou ainda que o volante César Sampaio está longe de sua melhor forma física. A partir dos 33min, ele não conseguiu voltar para a defesa com a mesma desenvoltura.
Na partida seguinte, em que participaram os reservas, ele nem entrou, apesar de estarem faltando volantes. (RA, JCA e MD)


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