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JUCA KFOURI
Imprevisível final
Tudo pode acontecer hoje à
tarde no Morumbi.
Rigorosamente tudo.
Não há por que duvidar da
capacidade de o Palmeiras
devolver o 1 a 0 do Mineirão e
levar a decisão aos pênaltis.
Não há, também, motivos
para não acreditar que o time
paulista possa ganhar por
dois ou mais gols de diferença
e obter o título inédito em sua
história.
Do outro lado, o Cruzeiro
tanto pode sustentar o 0 a 0,
empatar por um ou mais gols,
quanto vencer no Morumbi.
A prova mais difícil do Cruzeiro nesta Copa do Brasil já
foi superada com a desclassificação do Vasco.
É verdade que os palmeirenses têm hoje mais razões para
preocupação que os cruzeirenses.
Cléber não está num bom
momento, Zinho parece abatido com a não convocação
para a seleção e o ataque está
perdendo gols em demasia.
Do lado mineiro, que luta
pelo tri, a situação é diferente
e mais confortável.
A equipe se recuperou bem
do trauma da desclassificação
na Libertadores e com um
pouquinho mais de sorte teria
ganhado de mais do Palmeiras no Mineirão -muito embora deva agradecer a Alex o
gol desperdiçado no finzinho
do jogo.
O Palmeiras tem hoje o seu
jogo mais importante neste
ano, uma partida que pode
lhe dar não só um título muito mais importante que o recém-conquistado pelo rival
São Paulo no Paulistão como,
ainda por cima, igualá-lo ao
adversário Corinthians, único
clube paulista campeão da
Copa do Brasil.
Que o Morumbi lote, que o
árbitro não influa no resultado e que vença o melhor.
Talvez seja para desdenhar
de quem dificilmente continuará na Vila Belmiro, mas,
pelo sim pelo não, já há no
Santos quem chame o craque
Muller de "telefone celular".
Quando você mais precisa,
não funciona.
É compreensível que Zico
queira a dispensa de Romário
já, até pelo que aconteceu com
ele próprio em 1986, como costuma relembrar.
Mas naquela Copa ninguém
teria achado errada a manutenção de Zico se a seleção
brasileira não fosse desclassificada pela francesa.
Se contra a França Zico tivesse feito o gol de pênalti que
ele mesmo originou ao enfiar
uma bola brilhante para
Branco, todos diriam que valeu a pena esperá-lo, que a
paciência com um craque valeu a vaga para a semifinal.
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