São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2008

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Hotel da festa do título de 1958 ignora até Pelé

Luxuoso local foi palco de jantar para os melhores da Copa da Suécia, mas destaca em livro e site só políticos, artistas e intelectuais

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A ESTOCOLMO

Um dos hotéis mais refinados do mundo foi palco da celebração da delegação brasileira poucas horas após a conquista do título mundial em 1958.
O Grand Hotel em Estocolmo recebeu as delegações dos quatro países semifinalistas no Mundial da Suécia. Além do Brasil, o campeão, a equipe da casa, a França e a Alemanha participaram de jantar oficial promovido por Fifa e organização da Copa do Mundo de 58.
O suntuoso hotel fica na região mais nobre de Estocolmo, próximo ao palácio real. Conta com dois enormes salões de luxo. Em um deles, aconteceu o jantar que serviu como primeira comemoração oficial dos jogadores brasileiros pelo inédito título mundial, ganho com os 5 a 2 na Suécia no estádio Rasunda, que fica na cidade de Solna.
A Folha teve acesso ao salão em que aconteceu o jantar, mas a direção do hotel não permitiu que fotos fossem tiradas do local. O recinto estava apagado, mas os ricos detalhes, como os lustres, chamam a atenção mesmo sem evento ou festa.
O Grand Hotel, que recebe conferências e festas até mesmo em seu Sea Lounge (um barco de luxo), mantém muito de seu glamour desde 1874 registrando as presenças das mais diversas personalidades internacionais em seus refinados aposentos.
A direção distribui livro com algumas fotos históricas de ilustres visitantes, como Albert Einstein, Charles Chaplin, Frank Sinatra, Elizabeth Taylor, George Bush, Greta Garbo, Margaret Thatcher, Martin Luther King, Michael Jackson, Nelson Mandela, Rolling Stones e Sophia Loren, porém nas páginas não estão jogadores como Pelé nem Garrincha.
O cinco estrelas, fundado em 1872 pelo francês Jean-François Régis Cadier, mas aberto oficialmente só no dia 14 de junho de 1874, recebe, em média, uma dezena de presidentes de países por ano, segundo a direção -no site do hotel, também não consta o nome de Pelé.
E é exatamente por causa dessa constante entrada e saída chefes de Estado que, segundo a direção do hotel, não há espaço em livro ou sequer registro significante do jantar do título da Copa do Mundo de 1958.
O ritual de fazer um jantar oficial em cada Copa seguiu até 1978, segundo João Havelange, presidente de honra da Fifa que decidiu acabar com a prática por causa de um atraso da delegação holandesa, vice-campeã, à cerimônia de 1978.


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