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FUTEBOL
RODRIGO BUENO
@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br
Só quem é gigante e já caiu sabe o que é...
A NOTÍCIA do futebol mundial no ano é o rebaixamento do River. Não só por se
tratar da queda de um gigante, mas por como foi.
Na Argentina, há cinco
grandes assim considerados, mas dois, Boca e River,
são absolutamente intocáveis, patrimônios do país.
São os "maiores, de longe",
usando velho slogan dos Millonarios. O país-sede da
Copa América não para de
discutir e refletir sobre o que
parecia impossível.
O San Lorenzo já caiu, o
Racing já foi rebaixado, faliu, mas nada se compara
ao rebaixamento do River,
que, diferentemente de outros grandes que tombaram
em outros países, dispunha
de um sistema de média de
pontos para driblar uma
eventual campanha ruim e
contava com a chance de
uma "recuperação" num
playoff, fase na qual gozou
de vantagens (jogar por "resultados iguais", decidir em
casa, não ser devidamente
castigado após o caos já na
ida da Promoción...).
Daniel Passarella, ídolo
do River que chegou à presidência, culpou gestões anteriores pelo fracasso épico,
mas atira também na federação argentina e até no governo do país. Haveria um
complô para derrubar o dono do estádio Monumental.
Como se o sistema de descenso na Argentina já não
protegesse os grandes...
Nos últimos dias, várias
listas circularam em sites,
blogs e comunidades mundo afora sobre os grandes
que já caíram e os que jamais tiveram o dissabor de
um rebaixamento. Se a queda é a maior vergonha de
um gigante da bola, o feito
do River no último domingo
pode ser visto como uma
vergonha dentre as vergonhas. Virou talvez, dentro
de campo, o rebaixamento
de time grande mais célebre
internacionalmente. O do
Manchester United em 1974
tem episódios clássicos,
mas o Inglês não tinha nem
de longe a projeção de hoje.
A pátria-mãe do futebol
já castigou com Segundona
todos os seus filhos, mas há
dezenas de "virgens". América-MEX, Ajax, Barça, Benfica, Bilbao, Celtic, Chivas,
Colo Colo, Dínamos de Moscou e de Kiev, Feyenoord,
Hamburgo, Inter, Nacional,
Peñarol, Porto, PSG, PSV,
Rangers, Real, Sporting...
A lista de "puros" ainda é
grande e tem times que talvez você nunca tenha ouvido falar que podem bater no
peito e dizer que não passaram pelo que o River passa
agora: Asante Kotoko, Cliftonville, Glentoran, Kaerjeng, Lillestrom, Marathón,
Mariehamn, Neftchi Farg'ona, Omonoia, Skoda Xanthi,
St. Patrick's...
O River Plate de 2011
http://migre.me/58AFw
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