São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2011

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FUTEBOL

RODRIGO BUENO

@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

Só quem é gigante e já caiu sabe o que é...

A NOTÍCIA do futebol mundial no ano é o rebaixamento do River. Não só por se tratar da queda de um gigante, mas por como foi.
Na Argentina, há cinco grandes assim considerados, mas dois, Boca e River, são absolutamente intocáveis, patrimônios do país. São os "maiores, de longe", usando velho slogan dos Millonarios. O país-sede da Copa América não para de discutir e refletir sobre o que parecia impossível.
O San Lorenzo já caiu, o Racing já foi rebaixado, faliu, mas nada se compara ao rebaixamento do River, que, diferentemente de outros grandes que tombaram em outros países, dispunha de um sistema de média de pontos para driblar uma eventual campanha ruim e contava com a chance de uma "recuperação" num playoff, fase na qual gozou de vantagens (jogar por "resultados iguais", decidir em casa, não ser devidamente castigado após o caos já na ida da Promoción...).
Daniel Passarella, ídolo do River que chegou à presidência, culpou gestões anteriores pelo fracasso épico, mas atira também na federação argentina e até no governo do país. Haveria um complô para derrubar o dono do estádio Monumental. Como se o sistema de descenso na Argentina já não protegesse os grandes...
Nos últimos dias, várias listas circularam em sites, blogs e comunidades mundo afora sobre os grandes que já caíram e os que jamais tiveram o dissabor de um rebaixamento. Se a queda é a maior vergonha de um gigante da bola, o feito do River no último domingo pode ser visto como uma vergonha dentre as vergonhas. Virou talvez, dentro de campo, o rebaixamento de time grande mais célebre internacionalmente. O do Manchester United em 1974 tem episódios clássicos, mas o Inglês não tinha nem de longe a projeção de hoje.
A pátria-mãe do futebol já castigou com Segundona todos os seus filhos, mas há dezenas de "virgens". América-MEX, Ajax, Barça, Benfica, Bilbao, Celtic, Chivas, Colo Colo, Dínamos de Moscou e de Kiev, Feyenoord, Hamburgo, Inter, Nacional, Peñarol, Porto, PSG, PSV, Rangers, Real, Sporting...
A lista de "puros" ainda é grande e tem times que talvez você nunca tenha ouvido falar que podem bater no peito e dizer que não passaram pelo que o River passa agora: Asante Kotoko, Cliftonville, Glentoran, Kaerjeng, Lillestrom, Marathón, Mariehamn, Neftchi Farg'ona, Omonoia, Skoda Xanthi, St. Patrick's...

O River Plate de 2011
http://migre.me/58AFw


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