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SUPERAMADOR / TRIATLO
Desafio triplo se torna remédio contra estresse
Modalidade, que une três esportes, ajuda profissionais a manter vida regrada
Academias, que permitem a prática de natação, corrida e ciclismo num mesmo local, são reduto de iniciantes e competidores sem tempo
ADALBERTO LEISTER FILHO
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos esportes que mais
exigem dedicação é, contraditoriamente, cada vez mais praticado por amadores com tempo escasso. O triatlo, prova desgastante, que alia natação, ciclismo e corrida vem sendo
procurado por profissionais liberais e empresários para aliviar o estresse do dia a dia.
"O triatlo traz vários benefícios. A pessoa passa a ter disciplina nos horários, alimentação
mais regrada e disposição para
o trabalho. A produtividade
cresce muito", aponta Alexandre Ribeiro, técnico de cem
atletas da equipe Pro Ribeiro.
Segundo a CBTri (Confederação Brasileira de Triatlo), o
país hoje contabiliza 10 mil praticantes que disputam competições, 2.600 deles registrados
pelas federações estaduais.
Como comparação, no fim
dos anos 90, havia 3.000 praticantes e pouco mais de 200 gatos-pingados federados. "O
triatlo se popularizou nas academias. Os profissionais que
competiam nos anos 80 e 90
encerraram a carreira e são os
professores atuais", diz Carlos
Fróes, presidente da CBTri.
O crescimento foi favorecido
pela maior visibilidade a partir
de Sydney-2000, quando o esporte ganhou status olímpico.
"Não houve uma febre como
nas corridas de rua. Mas ano a
ano cresce o interesse. A pessoa
que corre maratona, por exemplo, quer um desafio maior e
parte para o triatlo", aponta o
técnico Marcos Paulo Reis.
O treinador supervisiona
desde VIPs como o empresário
João Paulo Diniz e a modelo
Daniella Cicarelli até profissionais, caso de Paulo Miyasiro,
que foi aos Jogos de Atenas-04.
Em ambiente tão inóspito
para a prática da modalidade,
como São Paulo, as situações
são simuladas na academia, que
consegue sanar todas as dificuldades. Na falta de mar, os amadores treinam na piscina. Se
não há nenhum parque por
perto, a corrida ocorre na esteira. Sem ciclovias, o ciclismo é
praticado em aulas de spinning.
"O ideal é que a pessoa, pelo
menos de vez em quando, ande
de bicicleta na estrada e nade
no mar", explica Alexandre Giglioli, treinador da equipe Run
& Fun, que reúne 60 triatletas.
Sem tempo de treinar para as
três provas todos os dias, o
amador tem de ser regrado. Um
treino a menos acarreta perdas
irreparáveis na preparação.
Para iniciar no esporte é prudente fazer exames básicos de
coração e sangue. Além disso, é
preciso ao menos seis meses de
preparação antes de competir.
Normalmente, a iniciação
ocorre em provas de short triatlo, com distâncias menores
-750 metros de natação, 20
km de ciclismo e 5 km de corrida, metade da prova olímpica.
Outra alternativa é o duatlo,
em que uma das provas -a natação- não é disputada. "Quem
começa fica animado para percorrer distâncias maiores", diz
Eduardo Bley, técnico da equipe Limiar, com 40 triatletas.
Uma das disputas mais procuradas pelos amadores é o
Ironman, cuja última edição,
em Florianópolis, teve a participação de 1.200 atletas.
Nele é necessário experiência em provas menores e bom
tempo de preparação, já que
não é tão fácil encarar os 3,8 km
de natação, 180 km de ciclismo
e 42 km de corrida. O objetivo
principal é completar a prova.
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