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AÇÃO
Tá dominado
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Nesta semana o skatista
curitibano Rodil de Araújo,
o Ferrugem, conquistou o Mundial no street (que simula obstáculos de rua). Com o segundo lugar na etapa de Huntigton Beach,
na Califórnia, Ferrugem, 26, chegou ao seu segundo título mundial e sacramenta a nova ordem
de forças no mundo do skate. O
Brasil é a potência do momento.
Já somamos, nas modalidades
street e vertical, cinco títulos
mundiais e hoje, faltando a etapa
do Canadá (a última seria no
Brasil, mas foi cancelada), temos
três brasileiros, todos de Curitiba,
entre os dez primeiros no street e
cinco entre os dez melhores na
vertical. Isso sem Bob Burnquist,
nosso melhor atleta no half pipe e
que neste ano não foi bem.
Ferrugem liderou o circuito desde o início e chegou entre os três
primeiros em todas as provas que
disputou. Ele, assim como Daniel
Vieira, segundo no ranking, tem
uma rotina na pista muito programada e dificilmente erra.
Se na street garantimos o campeão, e o vice é quase certo, na
vertical o cenário é praticamente
o mesmo. Sandro Dias, o Mineirinho, tem quase mil pontos de
vantagem sobre o segundo colocado, o também brasileiro Lincoln Ueda. Com três vitórias (X-Games da Ásia, X-Games da América Latina e o LG nos EUA)
entre os sete melhores resultados
que são computados no Tour da
WCS, Mineirinho vai para o Canadá só para levantar o caneco.
Talvez por isso a etapa brasileira
tenha sido cancelada. Com o título nas duas modalidades definido, o torneio ficaria esvaziado, e o
patrocinador deu para trás.
O domínio brasuca pode não
surpreender quem só agora começa a entender de skate no Brasil,
mas, para a geração precursora,
que nas décadas de 70 e 80 andava em pranchas de madeira pelas
ruas do Rio e São Paulo e levava a
fama de marginal, ele é redentor.
Em 87, o carioca Guto Jimenez
desembarcou em Munster (Alemanha) como o primeiro brasileiro a participar de um Mundial.
Olhou em volta e pensou em como poderia competir com tantos
gringos e seus equipamentos de
última geração. Não deu para ele.
Hoje somos mais de 2 milhões
de praticantes. O terceiro maior
mercado (atrás dos EUA e Europa). E geramos um volume de negócios de R$ 500 milhões por ano.
O avanço se deu quando aquela
primeira geração de apaixonados
cresceu e virou empresária no setor. Veteranos na arte de deslizar
nas rampas e ruas, eles ajudaram,
injetando grana e muita energia,
a criar a indústria, tirar a conotação de marginal dos praticantes e
mudar a cara do esporte no país.
Ainda que o cancelamento de última hora da etapa brasileira do
tour não corrobore com a idéia.
E o futuro do esporte é ainda
mais promissor. O Big Air Skate
lançado nos últimos X-Games está para o skate assim como o tow-in está para o surfe. O americano
Danny Way é o Laird Hamilton
da modalidade, o inventor e o
mais atirado. Ele foi o único a
descer a rampa equivalente a um
prédio de nove andares, montada
no estacionamento do Staples
Center, da sua parte mais alta.
Surfe - Mundial Pro Júnior
Com a previsão de ondas grandes, começa hoje na Joaquina, Florianópolis, a primeira seletiva sul-americana para o Mundial sub-20. A
decisiva, quando será definido o time de seis atletas, acontece no Rio.
Brasileiro de kitesurfe
Os atuais campeões, Carol Freitas e Guilherme Brandão, venceram a
segunda etapa consecutiva do circuito e lideram o ranking. A disputa
foi em João Pessoa (PB), com boas condições de vento.
Dia do Surfe
Picuruta foi o principal homenageado, e Adriano de Souza, o Mineirinho, o mais premiado (surfista do ano e revelação) na cerimônia
realizada na Assembléia Legislativa, na última terça-feira.
E-mail sarli@trip.com.br
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