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Final terá duelo dos sexos na prancheta
DA REPORTAGEM LOCAL
Dentro de campo, a decisão
de hoje entre Brasil e Alemanha, na China, é um duelo feminino. Mas, na prancheta, será
um confronto dos sexos.
As européias têm uma mulher como treinadora -a ex-jogadora Silvia Neid. Ela tem como auxiliares duas mulheres
-uma delas, Ulrike Ballweg,
conversa com a técnica durante
quase todas as partidas e sua
opinião tem um forte peso na
escalação da equipe.
O Brasil segue com sua tradição de homens no comando. A
comissão técnica, chefiada por
Jorge Barcellos, é toda formada
por profissionais masculinos.
Mas Barcellos tem um perfil
bem diferente da maioria dos
outros treinadores que dirigiram a seleção feminina.
Sua carreira foi moldada com
times de mulheres. Ele foi auxiliar de seu antecessor, Luiz Antônio, e comandou a equipe
sub-19 das brasileiras.
Com esse perfil, agrada atletas que já tiveram desavenças
com treinadores que tiveram o
universo do futebol masculino
como escola -os casos mais
notórios foram o de Wilsinho,
ex-jogador da Portuguesa, e
Paulo Gonçalves, que foi técnico do Goiás.
Assim como fazia Renê Simões, que levou o Brasil à medalha de prata nos Jogos de
Atenas-2004, Barcellos põe como prioridade, junto com o aspecto técnico, o fator psicológico. Segundo ele, é necessário
entender as mulheres para dirigi-las com eficiência.
Já Silvia tem um perfil que
não é novidade para os alemães. Dos três treinadores que
já comandaram o time europeu, apenas um foi homem
(Gero Bisanz). Antes de Silvia,
Tina Theune-Meyer treinou a
equipe por dez anos, tendo como ponto alto a conquista do título mundial há quatro anos,
nos Estados Unidos.
A falta de uma mulher no comando, aliás, foi uma das causas apontadas por alguns críticos norte-americanos pelo fracasso da equipe, maior potência do futebol feminino, no
Mundial da China. As duas vezes campeãs mundiais e atuais
campeãs olímpicas foram massacradas pelo Brasil nas semifinais (4 a 0).
Silvia, ao contrário de Greg
Ryan, o técnico americano que
atacou as brasileiras antes da final (segundo ele o time nacional seria muito faltoso), elogiou
as rivais na decisão, com um adjetivo raro para o futebol, especialmente se ele for masculino.
"As brasileiras são muito elegantes", disse a treinadora, segundo o site da Fifa.
Ele também indica o ponto
forte da sua equipe. "Nossa defesa é a chave do sucesso", afirmou, citando o fato de sua equipe não ter sido vazada nos cinco
jogos que disputou até o momento.(PC)
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