São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2007

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Final terá duelo dos sexos na prancheta

DA REPORTAGEM LOCAL

Dentro de campo, a decisão de hoje entre Brasil e Alemanha, na China, é um duelo feminino. Mas, na prancheta, será um confronto dos sexos.
As européias têm uma mulher como treinadora -a ex-jogadora Silvia Neid. Ela tem como auxiliares duas mulheres -uma delas, Ulrike Ballweg, conversa com a técnica durante quase todas as partidas e sua opinião tem um forte peso na escalação da equipe.
O Brasil segue com sua tradição de homens no comando. A comissão técnica, chefiada por Jorge Barcellos, é toda formada por profissionais masculinos.
Mas Barcellos tem um perfil bem diferente da maioria dos outros treinadores que dirigiram a seleção feminina.
Sua carreira foi moldada com times de mulheres. Ele foi auxiliar de seu antecessor, Luiz Antônio, e comandou a equipe sub-19 das brasileiras.
Com esse perfil, agrada atletas que já tiveram desavenças com treinadores que tiveram o universo do futebol masculino como escola -os casos mais notórios foram o de Wilsinho, ex-jogador da Portuguesa, e Paulo Gonçalves, que foi técnico do Goiás.
Assim como fazia Renê Simões, que levou o Brasil à medalha de prata nos Jogos de Atenas-2004, Barcellos põe como prioridade, junto com o aspecto técnico, o fator psicológico. Segundo ele, é necessário entender as mulheres para dirigi-las com eficiência.
Já Silvia tem um perfil que não é novidade para os alemães. Dos três treinadores que já comandaram o time europeu, apenas um foi homem (Gero Bisanz). Antes de Silvia, Tina Theune-Meyer treinou a equipe por dez anos, tendo como ponto alto a conquista do título mundial há quatro anos, nos Estados Unidos.
A falta de uma mulher no comando, aliás, foi uma das causas apontadas por alguns críticos norte-americanos pelo fracasso da equipe, maior potência do futebol feminino, no Mundial da China. As duas vezes campeãs mundiais e atuais campeãs olímpicas foram massacradas pelo Brasil nas semifinais (4 a 0).
Silvia, ao contrário de Greg Ryan, o técnico americano que atacou as brasileiras antes da final (segundo ele o time nacional seria muito faltoso), elogiou as rivais na decisão, com um adjetivo raro para o futebol, especialmente se ele for masculino.
"As brasileiras são muito elegantes", disse a treinadora, segundo o site da Fifa.
Ele também indica o ponto forte da sua equipe. "Nossa defesa é a chave do sucesso", afirmou, citando o fato de sua equipe não ter sido vazada nos cinco jogos que disputou até o momento.(PC)

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