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MOTOR
Comercial
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
E, no bananal, os organizadores do GP Brasil se preparam para lançar uma campanha publicitária para "esclarecer" a
nova F-1. Como é que é?
Sim, os sujeitos acham que os
aficionados, a meia dúzia que
ainda acompanha esse troço, não
têm neurônio para entender que
é grande a chance de Schumacher
largar em 17º e fazer uma corrida
artificialmente espetacular, cheia
de ultrapassagens e que, no final,
vai ganhar. Como sempre ocorre.
É preciso ser muito inteligente
também para entender que com
oito pilotos pontuando, em vez de
seis, a bagunça matemática aumenta apenas para que o alemão
ganhe em setembro, e não em
agosto, seu sexto título mundial
-bem, pelo menos a F-1 premia o
melhor, imagine se Mosley e Ecclestone adotassem os mata-matas do Brasileiro.
Como somos burros e não lemos
jornais, colocarão alguém na TV
para explicar tudo. Bacana, né?
Tenho algumas sugestões para
o redator que escreverá os comerciais. Ele pode começar contando
que Mosley e Ecclestone, dois cartolas que se equilibram para
manter o poder em uma F-1 que
não é mais deles, elaboraram um
teatro do absurdo para forçar as
montadoras, as novas donas do
pedaço, a desistir de montar uma
liga paralela a partir de 2008.
2008? Pronto, aí está o gancho
para explicar que quem manda
na F-1 são os times (?) e que Ecclestone fica com mais da metade
dos lucros (??) e que ele não é mais
dono da holding que controla a
categoria (???). E que, por culpa
da falência de um grupo alemão,
três bancos igualmente alemães
se tornaram os maiores acionistas
da tal holding (????) e querem
mais que todos os envolvidos, times, montadoras, Ecclestone e
nós, os burros, entrem em acordo
e façam esse troço dar dinheiro
como sempre deu.
Moleza, não? Bem, tem que
achar um jeito de explicar por
que diabos existem tantos alemães nessa história. Schumacher?
Claro. É possível começar com o
pequeno Michael na pequena
Kerpen no pequeno kartódromo
da família, Karl, Heinz-Harald e
toda a turma que corria com ele
naquela época. Mas teria que explicar que ele se casou com a namorada do terceiro e que o segundo era, dizem, o melhor dos três,
mas bateu e não é mais o mesmo
e... Pronto, fugiu o assunto.
Talvez seja o caso de adotar
uma linha realista e colocar quem
de fato faz o espetáculo na tela.
Schumacher, os outros 21 (19, 17?)
pilotos, técnicos, engenheiros, assessores de imprensa, motoristas
de caminhão, cozinheiros, relações-públicas, aspones e quem
mais couber na pista (não, ninguém vai cobrar, afinal, ganham
bem para isso). E o alemão, à
frente, como sempre, fala:
- Olá, meu nome é Michael
Schumacher, sou piloto da Scuderia Ferrari e já tenho cinco títulos
mundiais na F-1. Por força das
circunstâncias, acham que o problema sou eu e que não posso
mais ganhar nenhuma corrida.
Para tanto, o pessoal resolveu
mudar um pouco as regras. Eu
acho que não vai mudar muita
coisa, mas, enfim, não custa tentar. Tudo começa no treino de
sexta, quando cada piloto...
Então, não é bom? No final, ele
pode fazer uma gracinha: "Vamos ver se alguém me pega". Ou
partir para o apelo: "Pelo amor de
Deus, acorde cedo no domingo".
Fraco? Bem, ele poderia explicar as novas regras para o Barrichello. Ou vai pegar mal?
Pré-temporada
Os primeiros esboços de 2003 deixaram o papel nesta semana, e o
lance mais emocionante coube a Pizzonia, que capotou um Jaguar
de US$ 70 mil em evento promocional após fraco dia de testes. Sim,
o próximo ano promete tanto quanto este, ou seja, pouco.
Mais um
O primeiro cartola dançou também nesta semana e na Jaguar.
Após fazer uma limpa na equipe, inclusive de pilotos, Niki Lauda
foi olimpicamente dispensado pela Ford. Fez quase nada, deveria
ser relações-públicas, nunca dirigente. Há pouca gente com estômago para o trabalho.
Mais mudança
FIA e times estudam a volta do slick, uma derrota pessoal para
Mosley, que inventou as ranhuras e achou que havia descoberto a
pólvora. Nunca passou de um traque.
E-mail mariante@uol.com.br
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