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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Além de jogar pelo título do Nacional, mineiros elegem como meta vencer seus últimos jogos para atingir 100 pontos

Cruzeiro fala em taça e marca centenária

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Jogadores do Cruzeiro treinam na Toca da Raposa para o jogo de hoje contra o Paysandu, que pode dar ao time mineiro seu primeiro título brasileiro


PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O Cruzeiro e o seu vaidoso técnico, Wanderley Luxemburgo, querem não só o título de campeão do Brasileiro-03. A taça é o objetivo imediato, mas outro está engatilhado: chegar aos cem pontos e fixar essa marca centenária na história do mais longo Nacional de todos os tempos.
Para isso, o Cruzeiro, além de bater hoje o Paysandu, terá que vencer também os dois jogos que restarão, contra Fluminense, em Belo Horizonte, e Bahia, em Salvador, onde o troféu de campeão será entregue se o time mineiro confirmar o seu favoritismo a partir de hoje, às 16h. O time já soma 91 pontos ganhos.
Luxemburgo se esforça para não passar o carro na frente dos bois. Mediu as palavras durante toda a semana. Quer, primeiro, garantir o título para depois admitir publicamente o desejo pela pontuação centenária.
"Eu não posso pensar em cem por enquanto. Veja bem: eu quero ganhar o campeonato. Se eu vencer agora e perder os últimos jogos, eu consegui o meu objetivo, que é ganhar o campeonato. Eu não posso colocar um objetivo se eu ainda não consegui o que estamos buscando."
O experiente meia Zinho, 36, que completará hoje o seu 336º jogo pelo Brasileiro -ele vai substituir Alex, suspenso-, disse que a marca centenária pode ser, sim, o outro objetivo a ser buscado, desde que cumprido o que foi estabelecido para este domingo.
"Depois, nós teremos dois jogos. O Wanderley pode usá-los para motivar o grupo a buscar mais duas vitórias e terminar com cem pontos", disse o meia.
Independentemente de chegar ou não aos cem pontos, o Cruzeiro está muito próximo de conquistar o primeiro Brasileiro de sua história. A falta da estrela amarela sobre o escudo do time, que representa a conquista dessa competição, incomoda a todos no clube e também à torcida.
Historicamente, essa "mancha" sempre foi lembrada pelo arqui-rival Atlético-MG (campeão brasileiro em 1971, na primeira edição), em que pese o Cruzeiro já ter vencido duas Libertadores, quatro Copas do Brasil e a Taça Brasil, em 1966, competição que deu lugar ao Brasileiro.
"Se pedissem para o Cruzeiro escolher entre ser campeão do mundo [interclubes] ou campeão brasileiro, é claro que escolheríamos o título do Brasileiro. Depois desse título, aí vamos querer ser campeões do mundo", disse o vice-presidente e homem-forte do futebol no Cruzeiro, Zezé Perrella.
O time mineiro já esteve perto do título três vezes, mas perdeu todas as finais que disputou. Agora, ninguém no clube tem mais dúvidas de que chegou o momento de bordar a estrela amarela.
Por coincidência, esse título pode vir no mesmo dia em que o Cruzeiro arrancou para seu primeiro título em âmbito nacional. A conquista da Taça Brasil, em 1966, começou exatamente no dia 30 de novembro.
Há 37 anos, portanto, iniciou-se a fase final do Nacional da época, contra o poderoso Santos de Pelé. Nesse dia, no Mineirão, o Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes bateu o Santos por 6 a 2. Sete dias depois, em São Paulo, o time mineiro voltou a vencer os paulistas (3 a 2), de virada.


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