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FUTEBOL
Duas histórias alvinegras
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Dois alvinegros, dois
campeões, duas histórias
que começaram iguais e terminaram muito diferentes.
Na Vila Belmiro, o Santos, campeão brasileiro, foi surpreendido
logo de saída pelo Paraná, um
dos últimos colocados do Nacional do ano passado. O time de
Leão reagiu atacando. Acabou se
expondo e tomando o segundo,
mas não arrefeceu o ímpeto até
fazer o seu gol.
No intervalo, o Santos dava a
seu torcedor uma forte impressão
de que viraria o jogo. Só não virou por excesso de afobação. Mas
o empate já foi, nas circunstâncias, um bom resultado.
No Pacaembu, o Corinthians,
campeão paulista, também sofreu
um golpe precoce. Só que, ao contrário do Santos, não se encontrou mais em campo. Estava tão
perdido que, além de tomar o segundo gol, teve expulso um jogador importante, Anderson.
A sensação que dava, comparando os dois jogos, era a de que a
desvantagem santista era algo
quase acidental. A do Corinthians, não.
Os desfalques corintianos foram
fatais. Sem Fabinho, o time perdeu consistência na marcação.
Sem Kléber, Gil e Liedson, perdeu
contundência e criatividade. Tornou-se uma equipe nervosa e improdutiva, sem poder real de fustigar o adversário. Tranquilo e
bem armado, o Galo tinha o jogo
nas mãos para vingar os 6 a 2 do
Brasileiro passado. Por pouco o
vexame não foi maior.
O campeonato é muito longo e
está apenas começando, mas estrear com uma derrota tão elástica em casa é começar com o pé esquerdo.
Em Caxias, o São Paulo foi um
time pouco efetivo, e menos ainda
brilhante, no empate contra o Juventude. A defesa voltou a mostrar sua fragilidade e praticamente não existiram jogadas coletivas
de ataque. À parte alguns passes
precisos de Ricardinho, o poder
ofensivo da equipe praticamente
se resumiu às arrancadas de Júlio
Baptista.
Talvez a volta de Kaká e Maldonado ao time tragam de volta
algum equilíbrio e poder. Talvez
nada aconteça. Talvez Oswaldo
de Oliveira perca o emprego.
O duelo tático entre Wanderley
Luxemburgo e Mário Sérgio, no
Mineirão, resultou no jogo mais
equilibrado da primeira rodada,
e um dos melhores.
No primeiro tempo, o que desequilibrou a boa marcação do São
Caetano foi a atuação brilhante
de Alex, que, aliás, fez o mais belo
gol do fim de semana. Bastaram-lhe três toques precisos: um para
matar no peito, outro para tirar o
zagueiro do lance e o terceiro para encobrir o grandalhão Silvio
Luiz e colocar a bola no cantinho.
Gol de craque.
No segundo tempo, apesar do
gol de Alex no primeiro minuto, o
São Caetano se acertou. Mário
Sérgio orientou Mineiro para colar em Alex e colocou em campo o
lépido Anaílson. O Azulão empatou e poderia até ter vencido. Tudo somado, foi um partidaço.
Virado para a lua
Não poderia ser melhor para
Luiz Felipe Scolari o resultado
do amistoso -que de amistoso
teve muito pouco- entre Portugal e Brasil. Além de derrotar
a equipe com a qual conquistou
a Copa no ano passado, ainda
teve a felicidade de ver o luso-brasileiro Deco -cuja convocação causou tanta celeuma-
fazer o gol da vitória de sua seleção. Scolari pode não ser um estrategista, mas conta com duas
coisas igualmente importantes:
intuição e sorte.
Possíveis craques
Armando Nogueira continua
querendo saber se considero
Diego e Robinho craques. Concordo com Zico e Tostão: é preciso esperar. Por enquanto, o
primeiro tem o perfil de um
mestre (apesar dos 18 anos) e o
segundo, o de um inventor.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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