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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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FUTEBOL

Duas histórias alvinegras

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Dois alvinegros, dois campeões, duas histórias que começaram iguais e terminaram muito diferentes.
Na Vila Belmiro, o Santos, campeão brasileiro, foi surpreendido logo de saída pelo Paraná, um dos últimos colocados do Nacional do ano passado. O time de Leão reagiu atacando. Acabou se expondo e tomando o segundo, mas não arrefeceu o ímpeto até fazer o seu gol.
No intervalo, o Santos dava a seu torcedor uma forte impressão de que viraria o jogo. Só não virou por excesso de afobação. Mas o empate já foi, nas circunstâncias, um bom resultado.
No Pacaembu, o Corinthians, campeão paulista, também sofreu um golpe precoce. Só que, ao contrário do Santos, não se encontrou mais em campo. Estava tão perdido que, além de tomar o segundo gol, teve expulso um jogador importante, Anderson.
A sensação que dava, comparando os dois jogos, era a de que a desvantagem santista era algo quase acidental. A do Corinthians, não.
Os desfalques corintianos foram fatais. Sem Fabinho, o time perdeu consistência na marcação. Sem Kléber, Gil e Liedson, perdeu contundência e criatividade. Tornou-se uma equipe nervosa e improdutiva, sem poder real de fustigar o adversário. Tranquilo e bem armado, o Galo tinha o jogo nas mãos para vingar os 6 a 2 do Brasileiro passado. Por pouco o vexame não foi maior.
O campeonato é muito longo e está apenas começando, mas estrear com uma derrota tão elástica em casa é começar com o pé esquerdo.
 

Em Caxias, o São Paulo foi um time pouco efetivo, e menos ainda brilhante, no empate contra o Juventude. A defesa voltou a mostrar sua fragilidade e praticamente não existiram jogadas coletivas de ataque. À parte alguns passes precisos de Ricardinho, o poder ofensivo da equipe praticamente se resumiu às arrancadas de Júlio Baptista.
Talvez a volta de Kaká e Maldonado ao time tragam de volta algum equilíbrio e poder. Talvez nada aconteça. Talvez Oswaldo de Oliveira perca o emprego.
 

O duelo tático entre Wanderley Luxemburgo e Mário Sérgio, no Mineirão, resultou no jogo mais equilibrado da primeira rodada, e um dos melhores.
No primeiro tempo, o que desequilibrou a boa marcação do São Caetano foi a atuação brilhante de Alex, que, aliás, fez o mais belo gol do fim de semana. Bastaram-lhe três toques precisos: um para matar no peito, outro para tirar o zagueiro do lance e o terceiro para encobrir o grandalhão Silvio Luiz e colocar a bola no cantinho. Gol de craque.
No segundo tempo, apesar do gol de Alex no primeiro minuto, o São Caetano se acertou. Mário Sérgio orientou Mineiro para colar em Alex e colocou em campo o lépido Anaílson. O Azulão empatou e poderia até ter vencido. Tudo somado, foi um partidaço.

Virado para a lua
Não poderia ser melhor para Luiz Felipe Scolari o resultado do amistoso -que de amistoso teve muito pouco- entre Portugal e Brasil. Além de derrotar a equipe com a qual conquistou a Copa no ano passado, ainda teve a felicidade de ver o luso-brasileiro Deco -cuja convocação causou tanta celeuma- fazer o gol da vitória de sua seleção. Scolari pode não ser um estrategista, mas conta com duas coisas igualmente importantes: intuição e sorte.

Possíveis craques
Armando Nogueira continua querendo saber se considero Diego e Robinho craques. Concordo com Zico e Tostão: é preciso esperar. Por enquanto, o primeiro tem o perfil de um mestre (apesar dos 18 anos) e o segundo, o de um inventor.

E-mail jgcouto@uol.com.br


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