Gaúchos têm cultura "de acreditar nas coisas positivas", afirma o treinador

Meia volta à equipe contra o Peru, amanhã, em Porto Alegre, mas dificilmente terá condições de disputar os 90 minutos da partida

Antonio Lacerda/Efe

O técnico Dunga, que afirma não esperar vaia da torcida em Porto Alegre, concede entrevista

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O técnico Dunga afirmou ontem, em Porto Alegre (RS), que Kaká estará em condições de enfrentar o Peru amanhã e que não teme vaias da torcida em sua "aldeia", após o empate em 1 a 1 com o Equador e a queda na classificação das eliminatórias da Copa de 2010.
A volta do meia é a esperança do treinador para aumentar a movimentação no meio-campo da seleção. O atleta do Milan não foi ao Equador por causa de lesão, mas deverá atuar.
Segundo o técnico, no entanto, é o departamento médico que determinará o tempo que o jogador ficará em campo.
O treinador não deu pistas se Kaká começará jogando, mas também não confirmou a titularidade de Ronaldinho Gaúcho, que teve uma atuação apagada contra o Equador.
Embora tenha novamente atribuído à altitude de Quito o resultado de domingo e voltado a exaltar o ponto conquistado fora de casa, Dunga reconheceu que há problemas no meio-campo de sua seleção.
O técnico disse que o Brasil precisa ser mais rápido na criação de jogadas capazes de penetrar a defesa adversária. Na partida contra o Peru, lanterna da competição, Dunga quer que o time arme jogadas para os atacantes "desequilibrarem".
"Só vamos conseguir furar o bloqueio com a movimentação, com drible", disse o treinador.
O Peru, que perdeu em casa para o Chile, no domingo, chega a Porto Alegre com um retrospecto nada favorável. Em 11 partidas, perdeu seis, empatou quatro e venceu apenas uma. Seu ataque é o menos efetivo das eliminatórias, com seis gols, enquanto a sua defesa já foi vazada 23 vezes.
Em quarto lugar na classificação, o Brasil venceu cinco, empatou quatro e perdeu duas na sua campanha para conquistar a vaga na Copa da África.
Dunga comandará a seleção amanhã no Beira-Rio, estádio onde se destacou como jogador do Internacional. Ele disse contar com o apoio da torcida gaúcha e afirmou não acreditar que a seleção seja vaiada mesmo se começar jogando mal.
"Não acho que [a torcida] vá vaiar. É o contrário. A torcida vai apoiar o Brasil. A cultura da minha aldeia é essa, de acreditar nas coisas positivas."
No final da tarde de ontem, a seleção treinou no complexo esportivo da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica). Os titulares foram poupados dos exercícios físicos e ficaram na piscina. O primeiro contato da torcida com a seleção será no treino de hoje. Maicon, que se lesionou em Quito, está fora.


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