MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

Em 1992, um jovem norte-americano espantou o mundo. Aos 20 anos, Kelly Slater conquistava o título mundial e inaugurava uma nova era no circuito profissional, em que ele era o protagonista.
Hoje, com seis títulos no currículo, o surfista se vê diante de nova chance da fazer história.
Aos 33 anos, pode se tornar, a partir de hoje, em Florianópolis, o mais velho atleta a erguer a taça. E assegurar de vez seu nome como o mais importante do esporte.
O dono da marca é Mark Occhilupo, que sagrou-se campeão em 1999, com os mesmos 33 anos. O australiano, porém, nasceu em junho. O surfista que pode lhe roubar o recorde é de fevereiro.
Para Slater, o maior vencedor do Circuito, a conquista terá sabor especial. Em 99, anunciou aposentadoria. Estava cansado das competições e queria tocar projetos pessoais. Deixava as ondas com o domínio total dos anos 90 (vencera em 92 e de 94 a 98).
Além do sucesso no mar, Slater virara mania fora dele. Inspirou jogo de videogame, foi personagem de seriado de TV e namorou a atriz Pamela Anderson.
Mas, na lacuna entre sua saída e o retorno, ainda discreto, em 2002, viu surgir Andy Irons.
Exatamente no marco do retorno, o havaiano concretizou o que vinha prometendo nos anos anteriores: levou seu primeiro título.
E, na seqüência, tendo o melhor do mundo como adversário direto, conquistou o tricampeonato.
"Ele surfou demais. E eu não consegui fazer o melhor", disse Slater, que começou 2004 ainda abalado pela derrota do ano anterior, quando Irons levou o troféu somente na última etapa.
Naquele ano, Irons conquistou o título em Santa Catarina. Slater já estava fora da disputa.
"Eu não dei o meu melhor. Para ser honesto, perder na última etapa em 2003 foi de cortar o coração. Acho que criou um bloqueio... Parei para pensar."
Em Florianópolis, Slater pode sagrar-se hepta com uma etapa de antecipação. Para isso, tem de terminar apenas uma posição à frente de seu principal rival.