DA REPORTAGEM LOCAL

Daiane dos Santos abriu mão da contraprova do antidoping. Para o advogado da atleta, Cristian Rios, não há razão para segundo exame.
"Vai dar a mesma coisa. Ela disse, no momento do exame, que estava fazendo uso de enzimas com furosemida", afirma o advogado.
Ele explica que, no dia da coleta do exame, Daiane ligou para a Confederação Brasileira de Ginástica para saber se deveria se submeter ao teste. "Aí alguém, que eu não lembro o nome, disse para ela: "Faz". Então, ela ligou para os médicos e passou tudo o que estava tomando", conta o advogado.
Isso corrobora com a suspeita de que Daiane sabia que teria seu nome envolvido no doping, em notícia que teria se tornado fidedigna em Copenhague, no início de outubro, durante a eleição da sede olímpica de 2016. A ginasta integrou a comitiva do país na Dinamarca.
O advogado esportivo Luciano Hostins, especialista em questões envolvendo doping, diz que o fato de a Federação Internacional de Ginástica ter publicado em seu site a notícia já demonstra que a ginasta "está punida". "Indica que a atleta já sabia. A federação não se arriscaria a fazer isso sem ter certeza."
Segundo ele, caberá agora a Daiane colher provas para reduzir a pena, que pode chegar a dois anos de suspensão -o que poderia definir o desfecho de sua carreira, já que ela admite parar após Londres-2012-, ou tentar transformá-la em advertência.
A ginasta alega ter tomado o diurético furosemida como parte de recuperação pós-cirurgia. Segundo seu advogado, a medicação foi prescrita por uma junta médica.
A substância é adotada para a perda de peso e é comum entre atletas de ginástica e de lutas, como boxe e judô. Mas o mais grave é que o diurético ajuda a mascarar a ação de esteroides e anabolizantes.
Outros competidores brasileiros já foram flagrados com a mesma substância, como a triatleta Mariana Ohata, suspensa por seis anos.
Em nota publicada ontem sobre Daiane, a FIG, que trava luta contra a substância, deu o título: "Furosemida ataca outra vez". (CCP E JEM)


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