São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INTERNETS

Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com

Meganicho

Já foi em algum evento de animê? Já viu algum concurso de cosplay, em que os participantes disputam quem está melhor caracterizado como seu personagem favorito, de games ou de desenhos japoneses?
Se a resposta é não, você está perdendo uma das festas mais legais que existem hoje em todo o Brasil. Há muito tempo, o fenômeno é gigantesco.
Em São Paulo, os eventos atraem muitas vezes 50 mil pessoas. No fim de semana passado, assim de bobeira, havia 6.000 pessoas no Rio Anime Club.
O que acho legal das festas de animê é que elas espelham muito a cultura da internet. Cada participante faz parte do show. Todo o mundo é espectador e atração principal ao mesmo tempo. É tão legal ver quem está passeando pelo evento, muitas vezes caracterizado, quanto qualquer atração no palco. E, apesar de reunir tanta gente, a divulgação é feita toda por uma espécie de marketing de guerrilha, por redes sociais, MSN e muito boca a boca. Quase nada aparece na mídia tradicional.
É bobagem tratar esse fenômeno como nicho. Ele é uma das manifestações de cultura pop mais fortes que se pode encontrar hoje no mundo todo.
É também uma vitória da política cultural do Japão, que vem investindo recursos governamentais importantes na disseminação do Japão "pop", um modelo que deveria ser copiado aqui no Brasil.
No ano passado, um dos eventos de animê trouxe ao Rio o diretor da TV Tóquio, Keisuke Iwata, responsável pelo sucesso de "Naruto" e de "Pokémon" . Havia alguns milhares de garotos e de garotas assistindo à palestra dele. Mas não havia nenhum executivo de mídia, ninguém de agências de publicidade ou da TV brasileira.
O mesmo aconteceu quando vieram ao Brasil há alguns dias o ex-vice-presidente da Electronic Arts e um dos criadores do jogo Duke Nukem, sem nenhuma repercussão.
São pessoas que fazem a cabeça de milhões de pessoas em todo mundo (Naruto é uma das dez palavras mais procuradas na internet há alguns anos). Para quem se importa com cultura jovem, não tem desculpa, é obrigatório ficar de olho.

MONITOR

JÁ ERA
Cultura pop japonesa como nicho

JÁ É
Cultura pop japonesa como meganicho

JÁ VEM
Visita das embaixadoras Kawaii ao Brasil no fim de novembro


Texto Anterior: Saiômetro
Próximo Texto: Tecnologia: Mptudo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.