São Paulo, segunda-feira, 03 de janeiro de 2011 |
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METAMORFOSE QUATRO AUTORES BRASILEIROS ESCREVEM CONTOS INÉDITOS PARA COLETÂNEA SOBRE MUDANÇAS IURI DE CASTRO TÔRRES DE SÃO PAULO "Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso." A abertura de "A Metamorfose", de Franz Kafka (1883-1924), é um clássico que está no imaginário coletivo. Também é um dos pontos de partida da coletânea de contos "Metamorfoses" (Cia. das Letras), organizada pela escritora Heloisa Prieto. "As pessoas sempre pedem por mudanças, mas, às vezes, se assustam com o resultado", diz Heloisa, que entregou a quatro escritores, como fonte de inspiração, um capítulo do livro de Kafka e um poema de Ovídio. Ana Miranda escreve sobre uma índia que se perde da família. Ricardo Azevedo trata de um homem que vive enterrado até o pescoço. Angela-Lago aposta no humor negro em uma história sobre vizinhas e gatos. "A maior surpresa foi a Heloisa Seixas", lembra a organizadora. "Pela primeira vez, ela fala sobre o parentesco com Raul Seixas, a própria "metamorfose ambulante"." Fã de David Bowie, "o camaleão", Heloisa Prieto diz que a beleza da metamorfose é "o susto que ela nos traz". "Tudo o que é familiar nos conforta, e tudo o que é estrangeiro nos liberta." E, segundo ela, isso é particularmente mais verdadeiro para os adolescentes. "Adolescência é a fase da metamorfose, sofrida física e emocionalmente. Tudo está na fase fluida, que é a da sabedoria. O importante é sempre continuar mudando." Mas será que os jovens vão curtir ler Ovídio, poeta que nasceu em 43 a.C.? "Literatura clássica não é inatingível", diz Heloisa. "Alguns textos são rebeldes, não se prendem aos cânones e precisam ser resgatados." METAMORFOSES Org.: Heloisa Prieto Editora: Cia. das Letras Quanto: R$ 28 (96 páginas) Texto Anterior: Meu amigo soldado Próximo Texto: Na Estrada - Mayra Dias Gomes: Bom dia, hoje é 3 de janeiro de 2011 Índice | Comunicar Erros |
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