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música
Emo, eu?
Amadas pelos emos brasileiros, as
bandas emo., Fresno e Yellowcard saltam
fora da modinha que domina o mundo
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
A
pesar de embalarem
o choro e as dores de
amores de milhares
de garotos e garotas
de franjas compridas, colares de bolas e ar de tristeza, Fresno e emo., duas das
bandas mais adoradas pelos
emos brasileiros, fazem questão de frisar que não fazem parte da tribo.
"Nós não fazemos parte desse grupo de pessoas que se denominam emo, dessa tribo que
se formou e acabou virando um
estilo de visual e de conduta",
diz Lucas Silveira, 22, vocalista
do Fresno.
Para ele, o que atrai os garotos que são emo (e não têm vergonha de assumir) para o Fresno são as letras confessionais
sobre amores frustados e a sonoridade, parecida com a de
bandas gringas, como Dashboard Confessional. "O cara,
em vez de ligar pra guria, acaba
postando uma letra do Fresno
no fotolog dela. Essas músicas
são uma válvula de escape para
o que eles pensam e sentem.
Em vez de falar, eles se escondem atrás da música", analisa.
Nem mesmo a banda que leva a modinha no nome se reconhece no rótulo. Daniel Ferro,
25, baterista do emo., acha que
tudo não passa de uma invenção da mídia. "A mídia, que
adora estereotipar e rotular as
coisas, pegou isso [o emo] e
transformou num fenômeno
comportamental. Eu não uso
cabelo na cara, munhequeira
quadriculada, porque isso não
existe", diz.
Ele acha um erro confundir
música com estilo de vida. "Ficar levantando bandeira de "eu
sou emo" e "eu sou triste" está
errado. Porque é só um estilo
de música", alerta.
Expoentes do emocore nacional (o hardcore com vocais
melódicos e letras introspectivas que falam de amores frustrados), as duas bandas ganharam fama na internet.
Myspace, Orkut, fotologs e o
site Tramavirtual são alguns
dos recursos que Fresno e emo.
(assim como outras bandas do
mesmo estilo, como NxZero e
Dance of Days) usaram para se
tornar conhecidas.
Agora, estão lançando discos
novos, ambos por selos independentes, mas com distribuição de gravadoras estabelecidas.
"Ciano" é o terceiro álbum
dos gaúchos do Fresno, com letras introspectivas, que falam
sobre as dificuldades de ser
uma pessoa incompreendida.
Já emo., do Rio, está lançando "Incondicional", o segundo
CD, com os habituais vocais
melódicos, guitarras distorcidas e letras de... amor.
Os americanos do Yellowcard, que contam com um violinista para garantir a melodia
das músicas, completam o pacote de lançamentos, com
"Lights and Sounds".
Para o baixista da banda, Peter Mosely, a popularidade do
emo, que também cresce nos
Estados Unidos, é natural.
"Conforme o tempo passa há
sempre uma nova forma de
rock and roll. Mas acho que nenhum estilo substitui o outro.
Os garotos hoje em dia estão
sempre procurando algo novo."
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