São Paulo, segunda-feira, 04 de janeiro de 2010

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GUIA DE VIAGEM

Embaixo do mesmo teto

De férias, a trabalho ou para estudar, jovens viajam para longe de casa e se hospedam em albergues por economia ou para fazer novos amigos

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Hermenne Cabral, 23, passou dezembro em trânsito. Começou a viagem em Mossoró (RN), onde mora, e esteve em São Paulo, Curitiba, Rio e Florianópolis.
Nesse trajeto, a palavra "hotel" não constou do seu dicionário. No lugar dela, um termo mais a ver com o estilo de passeio do garoto: "albergue".
Os albergues, em geral, são locais em que viajantes dividem quarto e banheiro por um preço mais em conta, em relação a outras opções de hospedagem. Para quem está com o orçamento apertado, costuma ser uma boa opção.
Nos albergues visitados pela reportagem, o preço oscilava em torno de R$ 40 por noite (incluindo café da manhã).
Além do custo, há uma série de outras características que podem atrair (ou repelir) viajantes. Como a vantagem de ter com quem conversar e passear. "Já que não tenho quem me acompanhe, acho hotel muito individual", explica Hermenne.
"As pessoas não ficam tímidas, porque todo o mundo está de passagem", teoriza o francês Damien Roy, 24, que ficou de agosto a outubro em um albergue em SP, enquanto procurava um apartamento para alugar. Está na cidade para fazer mestrado em sociologia na USP.
Damien, tranquilo, diz não se incomodar com a falta de privacidade. "Há quem ronque, e você pode ter de esperar para usar o banheiro... Mas tudo bem, não estou com pressa."
A brasiliense Clara Lobato, 19, em São Paulo para estudar cinema, também não perde o sono com roncos ou esperas. Nem com bagunça. "Até porque sou a mais bagunceira."
A garota ficou hospedada por cerca de um mês, enquanto procurava um apê para alugar.
Na hora de escolher entre os possíveis albergues (veja endereços na página ao lado), Clara -que digitou "albergue SP" no Google- optou pelo que oferecia o melhor café da manhã.

Facilidades e comodidade
Já o equatoriano Darvid Barzallo, 22, foi atraído pelo acesso à internet. "E porque está próximo do metrô!", diz.
De férias, o garoto ficou em São Paulo por uma semana e depois seguiu para a Argentina. Gostou da capital paulistana, mas reclama da surpresa climática. "Faz frio também! Pensei que fosse sempre quente."
Como Damien e Clara, o garoto não se incomoda com os colegas de albergue -cabiam até dez, em seu quarto. "Não durmo o tempo todo, a ideia é conhecer gente", explica.
As amizades feitas ficam na memória, mas o capixaba Giurley Filho, 23, aproveitou a semana que passou em SP para também deixar sua marca de uma maneira mais concreta.
Com a autorização do dono do albergue paulistano em que dormiu, fez desenhos nos muros da construção. "Foi a melhor semana da minha vida", diz uma de suas anotações.


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