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GUIA DE VIAGEM
Embaixo do mesmo teto
De férias, a trabalho ou para estudar, jovens viajam para longe de casa e se hospedam em albergues por economia ou para fazer novos amigos
DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Hermenne Cabral, 23,
passou dezembro em
trânsito. Começou a
viagem em Mossoró (RN), onde
mora, e esteve em São Paulo,
Curitiba, Rio e Florianópolis.
Nesse trajeto, a palavra "hotel" não constou do seu dicionário. No lugar dela, um termo
mais a ver com o estilo de passeio do garoto: "albergue".
Os albergues, em geral, são
locais em que viajantes dividem quarto e banheiro por um
preço mais em conta, em relação a outras opções de hospedagem. Para quem está com o
orçamento apertado, costuma
ser uma boa opção.
Nos albergues visitados pela
reportagem, o preço oscilava
em torno de R$ 40 por noite
(incluindo café da manhã).
Além do custo, há uma série
de outras características que
podem atrair (ou repelir) viajantes. Como a vantagem de ter
com quem conversar e passear.
"Já que não tenho quem me
acompanhe, acho hotel muito
individual", explica Hermenne.
"As pessoas não ficam tímidas, porque todo o mundo está
de passagem", teoriza o francês
Damien Roy, 24, que ficou de
agosto a outubro em um albergue em SP, enquanto procurava
um apartamento para alugar.
Está na cidade para fazer mestrado em sociologia na USP.
Damien, tranquilo, diz não se
incomodar com a falta de privacidade. "Há quem ronque, e você pode ter de esperar para usar
o banheiro... Mas tudo bem,
não estou com pressa."
A brasiliense Clara Lobato,
19, em São Paulo para estudar
cinema, também não perde o
sono com roncos ou esperas.
Nem com bagunça. "Até porque sou a mais bagunceira."
A garota ficou hospedada por
cerca de um mês, enquanto
procurava um apê para alugar.
Na hora de escolher entre os
possíveis albergues (veja endereços na página ao lado), Clara
-que digitou "albergue SP" no
Google- optou pelo que oferecia o melhor café da manhã.
Facilidades e comodidade
Já o equatoriano Darvid Barzallo, 22, foi atraído pelo acesso
à internet. "E porque está próximo do metrô!", diz.
De férias, o garoto ficou em
São Paulo por uma semana e
depois seguiu para a Argentina.
Gostou da capital paulistana,
mas reclama da surpresa climática. "Faz frio também! Pensei
que fosse sempre quente."
Como Damien e Clara, o garoto não se incomoda com os
colegas de albergue -cabiam
até dez, em seu quarto. "Não
durmo o tempo todo, a ideia é
conhecer gente", explica.
As amizades feitas ficam na
memória, mas o capixaba Giurley Filho, 23, aproveitou a semana que passou em SP para
também deixar sua marca de
uma maneira mais concreta.
Com a autorização do dono
do albergue paulistano em que
dormiu, fez desenhos nos muros da construção. "Foi a melhor semana da minha vida",
diz uma de suas anotações.
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