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carreiras
Aprovados na fuvest têm a profissão no nome
Para especialistas, sobrenome adequado é coincidência
FRANCISCO REIMÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Alguns profissionais
carregam no nome
sua profissão e até
podem fazer disso
uma ferramenta de
marketing pessoal. Esse é o caso de profissionais famosos como o arquiteto Arthur de Mattos Casas, do cirurgião plástico
Ricardo Bustos, do chef Roberto Ravioli e do galerista Aldo
Marchand.
Essa lista curiosa deve engordar no próximos anos, quando
alguns estudantes recém-aprovados na Fuvest se formarem.
Segundo o resultado publicado
no início de fevereiro, a nova
turma de engenharia da Escola
Politécnica da USP, por exemplo, terá como alunos Caio Passarela, Igor Pontes, Frederico
Lage e Caroline Palácio.
O curso de obstetrícia terá
Cristiane Nascimento e Aline
Macca. Guilherme Rico entrou
em administração e Joel La
Banca foi aprovado em direito.
Marcela Agulhão vai cursar
medicina na Santa Casa, e Pedro Floresta vai se dedicar às
ciências da natureza.
Mas será que, além da simples curiosidade, existe uma
explicação para a opção desses
jovens alunos? Segundo os especialistas em orientação vocacional consultados pelo Folhateen, isso tudo não passa de
uma mera coincidência.
"Nunca me ocorreu pensar
nisso como um determinante.
O sobrenome carrega uma tradição familiar, um histórico,
mas não deve jamais ser levado
assim ao pé da letra. Considero
que o prenome é até mais influente, porque é escolhido.
Não é algo imposto ou transmitido automaticamente", afirma
Silvio Bock, pedagogo e orientador do Núcleo de Atendimento e Consultoria em Educação.
O problema é quando o nome
influi na própria personalidade
do estudante. Mas, nesse caso,
acaba sendo apenas mais um
fator dentro dos milhares de
componentes que interferem
na formação do caráter e da vocação de cada um.
Contradições
Segundo Bock, quando os
pais escolhem para seu filho o
mesmo nome de um avô que foi
um médico ou advogado notável, isso pode já funcionar como uma sina, uma "carga" para
que o pequeno seja o sucessor
do ilustre antepassado.
Para reforçar a tese de que
essa relação entre nomes e carreiras não passa de uma coincidência divertida, a própria lista
da Fuvest também traz exemplos de clara contradição entre
o nome e a profissão escolhida.
Isso é o que ocorre com Fernando Carrasco (que entrou
em medicina na USP de Ribeirão Preto), Denise Carpinteiro
(curso de tecnologia têxtil) e
Arua Fazendeiro (que vai cursar marketing).
Personalidade
Outros especialistas não
vêem nisso um fator importante. "A única coisa que importa
na escolha profissional é a personalidade da pessoa", opina o
professor Artemio Longhi, que
há 58 anos trabalha com orientação vocacional.
"Quando o jovem é equilibrado, sem bloqueios e complicações, ele fatalmente opta por
uma carreira para qual seu inconsciente indica. Isso se manifesta por um conjunto de
mensagens não-verbais e intuitivas que, às vezes, precisa de
ajuda externa para se definir.
Rotular uma pessoa por causa
de seu nome ou seu tipo físico
só atrapalha", completa o professor.
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