São Paulo, segunda-feira, 05 de março de 2007

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figurinha

Rato envenenado

Filme e álbum contam a saga do bicho marginal que se tornou ícone da contracultura

CARLOS MINUANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mickey que se cuide, Rat Fink está chegando. Você já ouviu falar dele? Diferente de outros camundongos mais limpinhos e comportados, ele se tornou ícone da contracultura, no final da década de 50, com seu estilo alucinado e sujo. Em filme e álbum de figurinhas, a saga do rato marginal chega agora ao Brasil.
Rat Fink nasceu da cabeça visionária de Ed "Big Daddy" Roth (1932-2001), fruto de sua aversão pelo camundongo da Disney. Mas, além de dar vida ao anti-Mickey, o artista e engenheiro mecânico revolucionou o design automobilístico.
Ed idealizou e construiu com suas próprias mãos uma coleção inusitada de "hot rods" (carros personalizados), com formas e curvas nunca antes imaginadas, e se transformou em um dos principais gurus da Kustom Kulture (cultura da customização), que sacudiu a Califórnia nos anos 60 com uma infinidade de carros envenenados e motos doidonas. Seu estilo rebelde trazia uma crítica ao conformismo e à mediocridade: "Ouse, seja original!".
Gerações de admiradores foram arrebanhadas por Ed e sua gangue, entre eles o cineasta americano Ron Mann.
"Faço filmes sobre meus heróis, e Ed "Big Daddy" Roth é um deles", disse o diretor em entrevista por e-mail ao Folhateen. A admiração resultou no documentário "The Tales of the Rat Fink" [As Histórias do Rat Fink], que será lançado em DVD nas bancas neste mês.
"Cresci fascinado pelos carros futuristas de Roth e também por suas esquisitices. Rat Fink é o oposto do Mickey e de tudo que ele representa, um símbolo de rebeldia para minha geração", acrescenta Ron Mann.
Enquanto o filme não chega, parte dessas histórias pode ser conferida no álbum de figurinhas "Rat Fink - Máquinas e Monstros" (Conrad). Em 144 cromos, o livro traz uma coleção curiosa de carros, motos e monstros bizarros, tudo com o traço inconfundível de um dos mestres da contracultura.


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