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figurinha
Rato envenenado
Filme e álbum contam a saga do bicho marginal que se tornou ícone da contracultura
CARLOS MINUANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mickey que se cuide, Rat Fink está
chegando. Você
já ouviu falar dele? Diferente de
outros camundongos mais limpinhos e comportados, ele se
tornou ícone da contracultura,
no final da década de 50, com
seu estilo alucinado e sujo. Em
filme e álbum de figurinhas, a
saga do rato marginal chega
agora ao Brasil.
Rat Fink nasceu da cabeça visionária de Ed "Big Daddy"
Roth (1932-2001), fruto de sua
aversão pelo camundongo da
Disney. Mas, além de dar vida
ao anti-Mickey, o artista e engenheiro mecânico revolucionou o design automobilístico.
Ed idealizou e construiu com
suas próprias mãos uma coleção inusitada de "hot rods"
(carros personalizados), com
formas e curvas nunca antes
imaginadas, e se transformou
em um dos principais gurus da
Kustom Kulture (cultura da
customização), que sacudiu a
Califórnia nos anos 60 com
uma infinidade de carros envenenados e motos doidonas. Seu
estilo rebelde trazia uma crítica ao conformismo e à mediocridade: "Ouse, seja original!".
Gerações de admiradores foram arrebanhadas por Ed e sua
gangue, entre eles o cineasta
americano Ron Mann.
"Faço filmes sobre meus heróis, e Ed "Big Daddy" Roth é
um deles", disse o diretor em
entrevista por e-mail ao Folhateen. A admiração resultou no
documentário "The Tales of
the Rat Fink" [As Histórias do
Rat Fink], que será lançado em
DVD nas bancas neste mês.
"Cresci fascinado pelos carros futuristas de Roth e também por suas esquisitices. Rat
Fink é o oposto do Mickey e de
tudo que ele representa, um
símbolo de rebeldia para minha
geração", acrescenta Ron
Mann.
Enquanto o filme não chega,
parte dessas histórias pode ser
conferida no álbum de figurinhas "Rat Fink - Máquinas e
Monstros" (Conrad). Em 144
cromos, o livro traz uma coleção curiosa de carros, motos e
monstros bizarros, tudo com o
traço inconfundível de um dos
mestres da contracultura.
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