São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2005

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NAMORO

Quem só está ficando também comemora o Dia dos Namorados?
É preciso comprar presente para quem você costuma beijar nas baladas?
Saiba o que vão fazer os adolescentes entrevistados pelo Folhateen


Dia do ficante

ALESSANDRA KORMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

O Dia dos Namorados, celebrado no Brasil no dia 12 de junho, véspera do dia do casamenteiro Santo Antônio, está chegando. Mais uma vez, os casaizinhos vão trocar presentes, passear de mãos dadas e sair à noite juntos. Mas e quem só está ficando, também comemora a data? O Folhateen entrevistou vários adolescentes para tentar descobrir -e constatou que não há regra, muito pelo contrário. As respostas são tão variadas quanto os tipos de relacionamento entre ficantes.
A estudante de relações públicas Diana Helena Sotelo Lavander, 19, que criou a classificação ao lado, diz que está na fase do "tô catando", apesar de gostar de um menino que, por ela, virava "uma coisinha".
"Eu tenho um "disque-pizza". Os meninos acham que são só eles que telefonam e que as meninas estão facinhas, mas também tem o outro lado", conta. Mas ela não vai comemorar o Dia dos Namorados com o ficante-mozarela. "Eu acho que ficante e namorado é uma coisa totalmente diferente. Se não é para levar a sério, é melhor nem começar a namorar." Ela deve passar o dia 12 com as amigas. "Estamos todas solteiras, vamos trocar presentinhos entre nós."
Já Fernanda Barcellini, 16, que tem um ficante fixo há dois anos, diz que talvez passe a data com ele. "Pode ser que a gente combine, a gente se fala direto", conta. Em outras ocasiões, ela já ganhou do ficante vários presentinhos e até uma almofada em forma de coração. Mas por que nunca virou namoro? "Boa pergunta", responde.
Priscilla Campolongo, 17, também tem um ficante que encontra toda semana na balada. "Não sei se vou dar presente, acho que vou comentar que o dia está chegando para ver se ele fala alguma coisa. Mas, se ele não der nada, não tem problema, porque não é namorado, não tem obrigação."
Já Carlos Eduardo Sanches Ribeiro, 18, vai trocar presente com a ficante, que encontra quase todo final de semana. "Ela até já comprou. Acho que vou comprar no dia." Ele já ganhou da garota um sapo de pelúcia, que guarda no quarto. "A gente se fala sempre, mas não é namoro, não tem compromisso sério", diz Carlos Eduardo, que já chegou a ter duas ficantes fixas ao mesmo tempo, mas terminou porque "estava difícil administrar".
É o caso atualmente de Ikko Facchini, 15. "Estou ficando com elas há alguns meses, mas não vamos comemorar Dia dos Namorados, nada disso. Acho que nem elas querem, é cada um na sua. Só fico com elas na balada. Acho que é legal comemorar quando você namora há um tempo, quando realmente tem um sentimento entre as pessoas. Ficar é mais curtição."
Henrique Sanches Emidio, 19, que tem uma ficante fixa há quatro meses, concorda. "Eu já tive dois namoros sérios e não gostei muito, rola muito ciúme", diz.
Henrique, mais conhecido como Feijão, fala quase todo dia pelo MSN com a ficante, que mora em Guararema (SP). "Acho que vamos nos encontrar no domingo, mas não sei se vamos trocar presente. Na Páscoa, ela me deu um ovo e eu dei um para ela", conta.
Ele afirma que, dependendo da evolução da coisa, pode rever o seu pé atrás com relação ao namoro. "Se eu começar a gostar muito dela, pode rolar. Por enquanto, ainda estamos nos conhecendo."
Foi o que aconteceu com o ex-casal de ficantes Carlos Felipe Ascon Hoenen, 19, e Marilia Lygia Elmano Mazzeu, 16. Em janeiro, eles começaram a ficar e, depois de algumas idas e vindas, começaram a namorar há duas semanas.
"Teve muita conversa, um dando aquelas alfinetadinhas no outro, tipo: "Quando perguntarem se estamos namorando, o que a gente responde?'", conta Carlos Felipe.
"Em uma festa, ele começou a me apresentar como namorada para os amigos, mas eu ainda não sabia disso", lembra Marilia, que até já comprou o presente para o namorado. Mesmo em época de ficantes, às vezes a "coisinha" acaba em um velho e bom final feliz.

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