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folhateen explica
Expectativa de vida mais que dobrou, e desigualdade continua
Brasil muda sua cara ao longo do século 20
DA REDAÇÃO
A reunião de dados levantados pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgados na publicação "Estatísticas
do Século XX" mostra em que e em quanto o
país conseguiu modificar, para melhor e para
pior, as condições de vida da população.
Descobre-se, por exemplo, que a riqueza do
país aumentou quase 12 vezes mais que a população. Por outro lado, no fim do século 20, o
1% mais rico da população ganhava praticamente o mesmo que os 50% mais pobres.
É a comprovação daquilo que estudiosos de
variadas especialidades já apontam há anos: o
enorme desequilíbrio na distribuição da renda. Nesse quesito, o país ocupa a sexta pior
posição do mundo. Aqui, a desigualdade só
não é pior que nos africanos Namíbia, Botsuana, Serra Leoa, República Centro-Africana
e Suazilândia.
Do lado bom, o século passado viu o país
crescer, e muito. A uma média de 4,5% ao
ano, a expansão econômica brasileira só foi
menor que a de Taiwan e empatou com a da
Coréia do Sul. De 1900 a 1973, o Brasil foi o
país que mais cresceu no mundo -média de
4,9% ao ano. Já nas décadas de 80 e 90, época
de estagnação econômica, o crescimento médio foi de apenas 2,4% ao ano.
Expectativa de vida
Os avanços no campo da saúde permitiram
ao brasileiro mais que dobrar o tempo médio
de vida quando comparado a um cidadão nascido em 1900. Naquela época, a expectativa de
vida ao nascer era de apenas 33,6 anos. Na virada para o século 21, já alcançava 68,6 anos
-uma diferença de 35 anos, mais que uma vida para quem nasceu em 1900.
Apesar da evolução, o avanço ainda foi reduzido se comparado ao de outros países. A
expectativa de vida média nos países desenvolvidos é de 78 anos em média. Mesmo nos
países da América Latina vive-se, em média,
mais: 70,3 anos.
Brasil feminino e mestiço
Entre as duas datas-limites do século 20, dois
grupos assumiram a dianteira da presença na
sociedade. As mulheres saltaram de 8,5 milhões em 1900 para 86,2 milhões em 2000 e, assim, superaram em quase 3 milhões o número
total de homens -83,6 milhões- no conjunto da população.
Em outro quesito populacional, o país ganhou uma configuração bastante diversa da
predominante ao longo do século passado.
Enquanto em 1940, a população se identificava como predominantemente branca
(63,47%), em 2000, esse número havia caído
para 53,74%. Já o grupo populacional que se
identifica como pardo avançou, no mesmo
período, de 21,21% da população para 38,46%.
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