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Gente simples
A banda Simple Plan, que toca em SP
no dia 20, tem os caras mais gente fina
do rock; leia entrevista com o vocalista
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Por mais que você as
odeie, existem músicas que, quando tocam, não saem da cabeça. Craque na arte
de escrever letras e melodias
assim, a banda canadense de
punk pop Simple Plan colou
nos ouvidos de muita gente pelo menos dois hits grudentos
nos últimos anos: "Welcome to
My Life" e a balada "Perfect".
No dia 20 deste mês, você
certamente poderá ouvir essas
duas músicas -de novo!- ao
vivo -de novo (eles lotaram o
Pacaembu em 2004)! Mas há
algo diferente no ar: o Brasil será o último país que a banda visita antes de se enfurnar no estúdio para gravar seu terceiro
disco, prometido para este ano.
Portanto dá para esperar algumas músicas inéditas que,
num futuro bem próximo, estarão na sua cabeça, como contou
ao Folhateen o vocalista Pierre Bouvier, 27, líder do quinteto que ainda tem Jeff Stinco
(guitarra), Chuck Comeau (bateria), Pierre Bouvier (vocal),
David Desrosiers (baixo) e Sebastien Lefebvre (guitarra).
O lance dos caras é mesmo
agradar aos fãs, com letras que
tratam de dilemas dos jovens e
de corações partidos. Na entrevista, Pierre explica por que escolheu o Brasil para esse show.
FOLHA - Vocês vão tocar músicas
do próximo disco do Simple Plan?
PIERRE BOUVIER - Provavelmente
sim, mas estamos no processo
de composição. Temos algumas prontas, mas nunca as tocamos ao vivo, então ainda não
sei se conseguiremos.
FOLHA - O que esperar do novo CD?
PIERRE - Estamos ficando velhos e mais maduros. Há algumas músicas de rock bem atual.
É também um pouco mais experimental, pois tentamos sair
do que sempre fizemos; queremos seguir por novos caminhos. Será Simple Plan três
anos após o segundo CD.
FOLHA - As letras do Simple Plan
falam basicamente de problemas
como a dificuldade na relação com
os pais e com o mundo. Vocês vão ficar mais felizes no próximo disco?
PIERRE - Não escrevemos nada
que seja feliz. Música é como
uma terapia e, quando você fala
sobre coisas que incomodam,
ajuda a superá-las. Nossas músicas trazem letras de esperança. Não importa a sua idade, todo mundo tem problemas.
FOLHA - Há músicas prontas?
PIERRE - Temos muitas músicas
e ainda precisamos selecionar
quais delas entrarão no disco.
Estive escrevendo nos últimos
seis meses, gravei umas coisas
no estúdio que tenho em casa e
fiz umas demos. Tenho umas
50 idéias de músicas, mas muitas delas não estão completas:
há uns pedaços de sons aqui,
uns refrãos ali e muitos acordes
de guitarra. Temos oito músicas prontas para serem gravadas. O disco terá 11 ou 12 faixas.
FOLHA - O disco tem nome?
PIERRE - Ainda não, mas precisamos pensar sobre isso. Estamos sem nenhuma idéia.
FOLHA - Vocês têm fãs no mundo
todo. Por que escolheram o Brasil
para fazer os últimos shows antes
de gravar o novo disco?
PIERRE - O Brasil é um lugar ótimo para viajar, nossos shows
por aí foram fantásticos, nossos
fãs crescem cada vez mais por
aí, as pessoas parecem gostar
cada vez mais de nós. Estava na
hora de fazermos um show decente antes de entrarmos no
estúdio. Queremos dizer "oi" e
agradecer todo apoio.
FOLHA - Em entrevista recente,
Chuck [Comeau, baterista] disse que
queria trabalhar com will.i.am, do
Black Eyed Peas, ou Wyclef Jean.
PIERRE - Não sei quem vai aceitar trabalhar com a gente, então não gosto de falar nomes.
Sempre quis trabalhar com
Wyclef Jean e queria ver o que
ele faria com a nossa música.
Ainda estamos batalhando.
FOLHA - Chuck também disse que é
no terceiro disco que as bandas acabam. Os fãs devem se preocupar?
PIERRE - O que ele quis dizer é
que o terceiro disco é aquele
que ou deixa você ficar por
muito tempo na carreira ou faz
você desistir. Um disco de sucesso é bom. Dois discos de sucesso são ótimos, pois provaram que a banda dá conta do recado. Mas é o terceiro disco que
firma uma banda na música.
FOLHA - Onde você mora?
PIERRE - Neste momento tenho
ido de um lugar a outro, do porão da casa dos meus pais, em
Montréal, onde gravo algumas
músicas, a lugares exóticos, como Barbados. Nos últimos seis
meses tenho feito músicas todos os dias e sempre procuro
novo lugares como inspiração.
FOLHA - Você namora?
PIERRE - Pergunta engraçada.
Estou solteiro ou não? Mistério. Estou no meio do caminho.
FOLHA - Os discos da sua antiga
banda, Reset, estão sendo relançados. O Brasil entra nessa?
PIERRE - Por enquanto, não.
Talvez se um selo quiser lançar
os discos aí. É um lançamento
para fãs, não queremos ganhar
dinheiro com isso nem sair
promovendo os discos. Só os
relançamos por causa dos fãs.
FOLHA - Vocês tocam músicas da
Reset nos shows do Simple Plan?
PIERRE - Nunca tocamos, mas é
uma ótima idéia. Talvez toquemos algo. Poderia ser algo para
fazermos. Obrigado pela idéia.
FOLHA - De nada.
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