São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2007

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Gente simples

A banda Simple Plan, que toca em SP no dia 20, tem os caras mais gente fina do rock; leia entrevista com o vocalista

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Por mais que você as odeie, existem músicas que, quando tocam, não saem da cabeça. Craque na arte de escrever letras e melodias assim, a banda canadense de punk pop Simple Plan colou nos ouvidos de muita gente pelo menos dois hits grudentos nos últimos anos: "Welcome to My Life" e a balada "Perfect".
No dia 20 deste mês, você certamente poderá ouvir essas duas músicas -de novo!- ao vivo -de novo (eles lotaram o Pacaembu em 2004)! Mas há algo diferente no ar: o Brasil será o último país que a banda visita antes de se enfurnar no estúdio para gravar seu terceiro disco, prometido para este ano.
Portanto dá para esperar algumas músicas inéditas que, num futuro bem próximo, estarão na sua cabeça, como contou ao Folhateen o vocalista Pierre Bouvier, 27, líder do quinteto que ainda tem Jeff Stinco (guitarra), Chuck Comeau (bateria), Pierre Bouvier (vocal), David Desrosiers (baixo) e Sebastien Lefebvre (guitarra). O lance dos caras é mesmo agradar aos fãs, com letras que tratam de dilemas dos jovens e de corações partidos. Na entrevista, Pierre explica por que escolheu o Brasil para esse show.

 

FOLHA - Vocês vão tocar músicas do próximo disco do Simple Plan?
PIERRE BOUVIER
- Provavelmente sim, mas estamos no processo de composição. Temos algumas prontas, mas nunca as tocamos ao vivo, então ainda não sei se conseguiremos.

FOLHA - O que esperar do novo CD?
PIERRE
- Estamos ficando velhos e mais maduros. Há algumas músicas de rock bem atual. É também um pouco mais experimental, pois tentamos sair do que sempre fizemos; queremos seguir por novos caminhos. Será Simple Plan três anos após o segundo CD.

FOLHA - As letras do Simple Plan falam basicamente de problemas como a dificuldade na relação com os pais e com o mundo. Vocês vão ficar mais felizes no próximo disco?
PIERRE
- Não escrevemos nada que seja feliz. Música é como uma terapia e, quando você fala sobre coisas que incomodam, ajuda a superá-las. Nossas músicas trazem letras de esperança. Não importa a sua idade, todo mundo tem problemas.

FOLHA - Há músicas prontas?
PIERRE
- Temos muitas músicas e ainda precisamos selecionar quais delas entrarão no disco. Estive escrevendo nos últimos seis meses, gravei umas coisas no estúdio que tenho em casa e fiz umas demos. Tenho umas 50 idéias de músicas, mas muitas delas não estão completas: há uns pedaços de sons aqui, uns refrãos ali e muitos acordes de guitarra. Temos oito músicas prontas para serem gravadas. O disco terá 11 ou 12 faixas.

FOLHA - O disco tem nome?
PIERRE
- Ainda não, mas precisamos pensar sobre isso. Estamos sem nenhuma idéia.

FOLHA - Vocês têm fãs no mundo todo. Por que escolheram o Brasil para fazer os últimos shows antes de gravar o novo disco?
PIERRE
- O Brasil é um lugar ótimo para viajar, nossos shows por aí foram fantásticos, nossos fãs crescem cada vez mais por aí, as pessoas parecem gostar cada vez mais de nós. Estava na hora de fazermos um show decente antes de entrarmos no estúdio. Queremos dizer "oi" e agradecer todo apoio.

FOLHA - Em entrevista recente, Chuck [Comeau, baterista] disse que queria trabalhar com will.i.am, do Black Eyed Peas, ou Wyclef Jean.
PIERRE
- Não sei quem vai aceitar trabalhar com a gente, então não gosto de falar nomes. Sempre quis trabalhar com Wyclef Jean e queria ver o que ele faria com a nossa música. Ainda estamos batalhando.

FOLHA - Chuck também disse que é no terceiro disco que as bandas acabam. Os fãs devem se preocupar?
PIERRE
- O que ele quis dizer é que o terceiro disco é aquele que ou deixa você ficar por muito tempo na carreira ou faz você desistir. Um disco de sucesso é bom. Dois discos de sucesso são ótimos, pois provaram que a banda dá conta do recado. Mas é o terceiro disco que firma uma banda na música.

FOLHA - Onde você mora?
PIERRE
- Neste momento tenho ido de um lugar a outro, do porão da casa dos meus pais, em Montréal, onde gravo algumas músicas, a lugares exóticos, como Barbados. Nos últimos seis meses tenho feito músicas todos os dias e sempre procuro novo lugares como inspiração.

FOLHA - Você namora?
PIERRE
- Pergunta engraçada. Estou solteiro ou não? Mistério. Estou no meio do caminho.

FOLHA - Os discos da sua antiga banda, Reset, estão sendo relançados. O Brasil entra nessa?
PIERRE
- Por enquanto, não. Talvez se um selo quiser lançar os discos aí. É um lançamento para fãs, não queremos ganhar dinheiro com isso nem sair promovendo os discos. Só os relançamos por causa dos fãs.

FOLHA - Vocês tocam músicas da Reset nos shows do Simple Plan?
PIERRE
- Nunca tocamos, mas é uma ótima idéia. Talvez toquemos algo. Poderia ser algo para fazermos. Obrigado pela idéia.

FOLHA - De nada.


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