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São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2003

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Região privilegiada oferece cultura farta e muitas formas de consumo

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Teatro, cinema, shows, museus, parques, shoppings, casas noturnas e por aí vai. Na chamada zona 1 -região com mais oportunidades de lazer para o jovem, segundo a pesquisa Mapa da Juventude- não faltam opções para curtir as férias. E muitas delas são de graça. Mesmo assim, é difícil encontrar um jovem que more em bairros privilegiados e não aproveite as férias para viajar.
"Vou para alguma praia do litoral norte", diz Max Packer, 16, que acaba de concluir o primeiro colegial no colégio Santa Cruz e que mora em Higienópolis (região oeste de São Paulo). Enquanto não viaja, Packer divide seu tempo entre cinema, concertos de música clássica no Teatro Municipal e jogos de futebol no clube Pinheiros.
O estudante Kito Kodak, 15, que mora no Jardim Paulista (região oeste), próximo ao shopping Iguatemi, é louco por cinema. Durante as férias, ele chega a assistir a dois filmes por dia. De sua casa, ele chega a diversas salas em 20 minutos. Entre as suas favoritas estão o Cinearte, o Espaço Unibanco, o DirecTV, a Sala UOL e o Cinesesc, onde viu recentemente uma mostra gratuita do cineasta russo Andrei Tarkovsky. No final do ano, Kodak deve ir para Itanhaém, no litoral sul de São Paulo, embora não se divirta muito na praia. "Não gosto daquelas pessoas que ficam dançando músicas tipo axé na beira do mar", afirma o estudante, que se sente bem mais à vontade numa locadoras de vídeo ou com um livro na mão. "Acabei de ler "O Estrangeiro", do Camus, e estou procurando um lugar para comprar "A Náusea", do Sartre", conta.
Artur Junqueira, 15, seu colega de classe, curte mais apresentações musicais. "Estou começando a gostar de jazz", afirma Junqueira, que assistiu recentemente a uma apresentação de rua com bandas de Nova Orleans promovida pela casa de shows Bourbon Street, em Moema. Até o final das férias, ele deve visitar sua tia em Florianópolis (SC).

Medo
Em frente à loja Daslu, no Jardim Paulistano, onde costuma fazer suas compras, Ricardo Melo (nome fictício), 16, afirma que só anda pela cidade de motorista ou de táxi. Ele não quis revelar seu nome verdadeiro com medo de sequestro. "Essa cidade está muito perigosa", diz. Entre seus programas favoritos está visitar exposições de arte e passear de bicicleta no parque Ibirapuera. O estudante também está aproveitando as férias para fazer um curso de história da arte.



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