|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Região privilegiada oferece cultura farta e muitas formas de consumo
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Teatro, cinema, shows, museus, parques, shoppings, casas noturnas e por
aí vai. Na chamada zona 1 -região com
mais oportunidades de lazer para o jovem, segundo a pesquisa Mapa da Juventude- não faltam opções para curtir as
férias. E muitas delas são de graça. Mesmo assim, é difícil encontrar um jovem
que more em bairros privilegiados e não
aproveite as férias para viajar.
"Vou para alguma praia do litoral norte", diz Max Packer, 16, que acaba de
concluir o primeiro colegial no colégio
Santa Cruz e que mora em Higienópolis
(região oeste de São Paulo). Enquanto
não viaja, Packer divide seu tempo entre
cinema, concertos de música clássica no
Teatro Municipal e jogos de futebol no
clube Pinheiros.
O estudante Kito Kodak, 15, que mora
no Jardim Paulista (região oeste), próximo ao shopping Iguatemi, é louco por cinema. Durante as férias, ele chega a assistir a dois filmes por dia. De sua casa, ele
chega a diversas salas em 20 minutos.
Entre as suas favoritas estão o Cinearte, o
Espaço Unibanco, o DirecTV, a Sala
UOL e o Cinesesc, onde viu recentemente uma mostra gratuita do cineasta russo
Andrei Tarkovsky. No final do ano, Kodak deve ir para Itanhaém, no litoral sul
de São Paulo, embora não se divirta muito na praia. "Não gosto daquelas pessoas
que ficam dançando músicas tipo axé na
beira do mar", afirma o estudante, que se
sente bem mais à vontade numa locadoras de vídeo ou com um livro na mão.
"Acabei de ler "O Estrangeiro", do Camus, e estou procurando um lugar para
comprar "A Náusea", do Sartre", conta.
Artur Junqueira, 15, seu colega de classe, curte mais apresentações musicais.
"Estou começando a gostar de jazz", afirma Junqueira, que assistiu recentemente
a uma apresentação de rua com bandas
de Nova Orleans promovida pela casa de
shows Bourbon Street, em Moema. Até o
final das férias, ele deve visitar sua tia em
Florianópolis (SC).
Medo
Em frente à loja Daslu, no Jardim Paulistano, onde costuma fazer suas compras, Ricardo Melo (nome fictício), 16,
afirma que só anda pela cidade de motorista ou de táxi. Ele não quis revelar seu
nome verdadeiro com medo de sequestro. "Essa cidade está muito perigosa",
diz. Entre seus programas favoritos está
visitar exposições de arte e passear de bicicleta no parque Ibirapuera. O estudante
também está aproveitando as férias para
fazer um curso de história da arte.
Texto Anterior: Férias para quê? Próximo Texto: Escola é opção mesmo quando não há aulas Índice
|