São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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música

Contos de Nova York

Duas bandas nascidas na metrópole americana ganham mais um capítulo no livro de suas histórias

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sétimo capítulo, "The Mix-up". A idade aparece há um bom tempo nos fios brancos dos cabelos invariavelmente curtos de Adam Yauch. Seu parceiro de décadas Mike D deixou o tom de reclamação constante de sua voz gritada, e a terceira ponta do trio Beastie Boys, Adam Horovitz, também começa a apresentar fortes sinais de cansaço.
Afinal, de tudo um pouco eles já fizeram: punk ensurdecedor nos anos 70, rap roqueiro nos anos 80, encontros com desconhecidos da black music nos anos 90, sons jamaicanos. E sempre escondidas entre as faixas de uma parte de seus discos estavam músicas instrumentais tocadas ao vivo -que foram compiladas no CD "The In Sound from Way Out!" (1996).
A aposta deles agora está justamente nelas, as faixas instrumentais, de jazz e funk, escritas especialmente para "The Mix-up". Pena que o CD seja tão pouco empolgante que chegue a beirar o tédio e a dar saudade da juventude barulhenta que se perdeu com a idade. Pena.

Interpol
Terceiro capítulo, "Our Love To Admire". Apesar das acusações de imitar bandas do pós-punk inglês, como The Cure, The Smiths e especialmente o Joy Division, o quarteto Interpol conseguiu o respeito da crítica e a admiração do público com seus dois primeiros discos, "Turn on the Bright Lights" (2002) e "Antics" (2004).
Mas, no mundo da arte, o ineditismo é ouro, e comparações incomodam qualquer artista. E os integrantes da banda certamente sentiram o desconforto disso. Tanto que o novo disco, "Our Love to Admire", ingressou no caminho da conquista de um estilo próprio, influenciado ainda, é claro, pelo rock sombrio dos anos 80, mas com toques bem pessoais.
O disco é claramente uma evolução no som do Interpol: o rock urgente infesta boa parte do CD, com momentos soturnos realçados pelo vocal grave e dramático de Paul Banks e letras que englobam temas como a relação amorosa a três e algumas canções de arrependimento. Para chorar sorrindo.

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