São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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música

Orquestra Imperial não é só aparência

Depois de estourar com gafieira antiga, banda lança disco de inéditas

Divulgação
Quatro dos 19 integrantes da banda carioca Orquestra Imperial


BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A ntigamente, quando alguém queria falar que determinada pessoa ou banda não era autêntica, dizia que fulano era de "butique". Punk de butique, metaleiro de butique... A idéia era falar que não havia essência, só aparência. Num primeiro momento, é grande a tentação de chamar a Orquestra Imperial, que lança o CD "Carnaval Só Ano que Vem", de "gafieira de butique" ou "samba de butique". São duas gerações diferentes que se encontram. Vejamos.
Gafieira é o lugar onde acontecem as danças de casal, em salão, e era muito popular no Rio dos anos 30. Para embalar a festa, havia sempre uma grande orquestra, e logo surgiu o samba de gafieira. Então, em 2002, surge meio de improviso a Orquestra Imperial, montada aos poucos, reunindo nomes da nova geração da MPB. O objetivo era soar como uma orquestra de gafieira e tocar músicas antigas, sem grandes pretensões. O público adorou e transformou o supergrupo num fenômeno.
E logo surgiram os chatos dizendo que a banda estava ali só para faturar em cima da classe média alta em busca de um som "autêntico", de "raiz". Pura bobagem. Se ainda há alguma dúvida quanto ao potencial da Orquestra Imperial, basta ouvir o disco, composto por músicas próprias. Citar todos os 19 membros do grupo e as participações especiais aqui ocuparia muito espaço. Mas não se pode deixar de falar da trinca que está por trás da renovação da música brasileira, Kassin, Domenico e Berna, além de Rodrigo Amarante, Thalma de Freitas e o veterano Wilson das Neves.
Em conjunto, os integrantes criam uma música que, sim, tem um ar de nostalgia, mas que é moderna ao mesmo tempo. A butique é bela, e a música, de verdade.

CARNAVAL SÓ NO ANO QUE VEM

Orquestra Imperial
www.orquestraimperial.com.br
Ouça: "Yarusha Djaruba"



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