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Comportamento
Em vez de MP3 e foto digital, vinil, tricô e câmera manual
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto muitos
adolescentes buscam na internet as
últimas novidades
do rock e do pop
mundiais, o estudante Paulo
Nideck, 17, prefere curtir os discos de vinil de jazz e de bossa
nova comprados em sebos.
Se recorre à internet, é para
pesquisar raridades de free
jazz. Rock? Só o som de dinossauros como Pink Floyd, Yes,
Cream e Frank Zappa.
Mesmo assim, ele confessa
que deixou o gênero de lado
quando descobriu o jazz e a
bossa nova. "São músicas mais
sofisticadas e elaboradas", diz o
estudante, que, depois de cinco
anos tendo aulas de guitarra,
resolveu aprender trompete.
Entre seus artistas preferidos, ele cita os "bossa novistas"
Dick Farney (1921-1927) e
Sylvia Telles (1934-1966).
Para ele, o jazz não é popular
entre os jovens por ser um gênero mais difícil complexo, que
exige uma certa pesquisa dos
ouvintes. Mas nem por isso deve ser considerado música velha. "O jazz está sempre se renovando", defende o estudante,
que tem amigos de 20 anos com
o mesmo gosto.
Tricô e crochê
Já a estudante Luiza Coelho,
21, que adora fazer tricô e crochê, conta que nos grupos de
costura que freqüenta só encontra pessoas mais velhas.
"Na minha cidade, só conheço
pessoas com mais de 50 anos
que curtem", diz.
Ela aprendeu tricô com a avó
e crochê com avó do namorado,
há um ano, quando se recuperava de um problema de saúde
em casa. "Quando se tem muito
tempo livre, é uma beleza. Ocupa a cabeça", diz Luiza, que agora voltou a estudar e não consegue mais se dedicar às agulhas
como antes.
Cristiana Bei, 16, adora roupas e objetos antigos. Além de
comprar peças em brechó, ela
usa calças da mãe, colares da
avó, bolsas e chapéus da bisavó.
"Eles têm um significado especial, uma história", diz.
Em vez das modernas máquinas fotográficas digitais, ela
prefere usar uma câmera manual do início dos anos 80, que
ganhou do pai. "Uma foto assim
é mais especial", conta. Isso é
que é uma boa revelação!
(LEANDRO FORTINO e LETICIA DE CASTRO)
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