Na última semana tive a oportunidade de ir a duas ótimas festas em cidades distintas, São Paulo e Florianópolis. Em comum, elas são animadíssimas, acontecem em novos locais a cada edição, trazem variedade musical inimaginável e reúnem um povo "moderno", com diferentes tribos que convivem em relativa harmonia e procuram sacar o limite das outras.
Sobre a diversidade sexual que imperava nas festas, me ocupo em um próximo texto. Hoje queria enfatizar uma outra grande diferença entre as duas. Em São Paulo, o fumo está banido de ambientes fechados. Em Florianópolis, as pessoas fumavam sem o menor problema dentro do espaço da festa.
Queria citar algumas diferenças que percebi depois que saí da última festa, em Florianópolis. Tive que deixar toda roupa (calça, camiseta e até a cueca) fora de casa para "arejar". Mesmo tomando banho, senti cheiro de cigarro no cabelo a noite toda. No dia seguinte, meu travesseiro ainda estava com cheiro de fumaça. Meus olhos ardiam muito ao deixar a casa (uso lentes de contato). E fui queimado duas vezes quando garotas passavam com o cigarro na mão no meio da pista de dança.
Bem, essas foram apenas algumas das situações que me incomodaram. Ainda bem que não tenho asma ou bronquite (nesse caso poderia sair da balada com uma crise brava) e que não sou cardíaco (as pesquisas mostram que anginas e infartos diminuem em cidades que proíbem o cigarro em ambientes fechados).
Sabe o que tudo isso me lembrou? Há seis anos fui fazer uma oficina de criação literária na Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba. Eles tinham um convênio com uma empresa aérea em que o fumo era permitido no fundo da aeronave. A aeromoça me contou que aquele era um diferencial para conquistar clientes fumantes. Se eu soubesse antes de embarcar, teria pago a mais para voar com outra companhia.
Pois é, tomara que, em um futuro próximo, o fumo em ambientes fechados públicos se torne quase tão anedótico e eventual como na companhia aérea cubana. Com relação a Florianópolis, a boa nova é que a lei que restringe o cigarro foi aprovada em 28 de outubro e os estabelecimentos comerciais têm 90 dias para se adequar a ela. Ufa! Já estava na hora!

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