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Igreja combate violência no bairro
DA REPORTAGEM LOCAL
Padre Jaime Crowe é daqueles irlandeses rosadinhos que sempre têm uma boa história para
contar. E, num bairro como o Jardim Ângela, o mais violento de São Paulo, nada melhor do
que ter uma pessoa assim por perto.
Há 13 anos, ele é pároco da Santos Mártires, comunidade que atua diretamente nos problemas do Jardim Ângela, que não são poucos. Quem tem fome, vai lá comer; quem tem frio, vai
lá buscar o que vestir; e quem quer aprender, vai lá fazer um dos cursos que funcionam na sede
da paróquia, a igreja de São Sebastião.
Lá funcionam uma biblioteca comunitária, oficinas de informática e de inglês e cursos de
formação de DJ, grafiteiro, padeiro e confeiteiro. Os cursos, que fazem parte do programa de
Reinserção do Adolescente ao Convívio Familiar e Comunitário (RAC), atendem a cerca de
cem jovens com idades entre 14 e 17 anos e são financiados pela Prefeitura de SP.
"A iniciativa de criar cursos para a juventude é ótima, é a saída para qualificar esse pessoal,
ajudá-los a arrumar emprego. Mas o volume de gente atendida ainda é mínimo porque o
apoio que recebemos é muito pequeno", diz o padre Jaime.
Na Santos Mártires acontecem também as reuniões do Fórum em Defesa da Vida contra a
Violência. "A cada reunião, participam mais pessoas. Isso é um sinal de que a comunidade está
disposta a tomar atitudes contra a violência do bairro", avalia. "Os moradores daqui não querem mais sentir vergonha quando dizem que moram no Jardim Ângela."
(CA)
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