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Jd. Ângela não quer ser campeão da violência
DA REPORTAGEM LOCAL
O movimento "Basta! Eu Quero Paz", previsto para acontecer na última sexta-feira em várias capitais do país, só não teve participação
em massa dos jovens do Jardim Ângela por falta de dinheiro.
"Muita gente queria ir. Mas não tinha como pagar condução para todo mundo", diz Joel Costa Rodrigues, 32, coordenador do programa
de Reinserção do Adolescente ao Convívio Familiar e Comunitário
(RAC). A galera, então, foi representada pelo padre Jaime Crowe e por
alguns jovens do bairro, que foram à praça da Sé, no centro de São Paulo, participar do evento. Quem não pôde ir, contribuiu à distância, pintando bandeiras brancas com o símbolo do movimento.
Ao longo do dia, todas as oficinas e aulas do programa RAC tiveram
a paz como tema central. "Mesmo se o garoto estiver estudando para
ser DJ ou padeiro, não interessa, ele precisa ser estimulado a propagar
a paz", avalia Joel Costa Rodrigues.
Uma semana antes do ato nacional pela paz, cerca de 500 jovens se
reuniram no Festival da Juventude pela Dignidade Humana e pela Paz,
no Jardim Planalto. "Houve apresentações de rap, peças de teatro. Fiquei impressionado com algumas letras", diz o padre.
Segundo o padre, a maior parte dos moradores do bairro já acordou
para o tema. "Como moro aqui, posso dizer que 99% dos moradores
do Jardim Ângela são pessoas de bem, que querem acertar na vida. E
esse pessoal está começando a se esforçar para disseminar a paz."
A universitária Vanessa Silva, 22, que mora no Ângela desde que
nasceu, acredita que a violência só deverá diminuir quando "o governo criar mais opções de lazer no bairro".
"Estudo numa faculdade particular na zona oeste e, quando digo que
moro no Jardim Ângela, as pessoas ficam chocadas, parece até que eu
sou um ET", conta. "Sinto que as pessoas do bairro já se encheram dessa situação e vão começar a se esforçar para melhorar as coisas por
aqui e mudar essa imagem negativa."
(CA)
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