São Paulo, Segunda-feira, 10 de Julho de 2000
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Jd. Ângela não quer ser campeão da violência

DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento "Basta! Eu Quero Paz", previsto para acontecer na última sexta-feira em várias capitais do país, só não teve participação em massa dos jovens do Jardim Ângela por falta de dinheiro.
"Muita gente queria ir. Mas não tinha como pagar condução para todo mundo", diz Joel Costa Rodrigues, 32, coordenador do programa de Reinserção do Adolescente ao Convívio Familiar e Comunitário (RAC). A galera, então, foi representada pelo padre Jaime Crowe e por alguns jovens do bairro, que foram à praça da Sé, no centro de São Paulo, participar do evento. Quem não pôde ir, contribuiu à distância, pintando bandeiras brancas com o símbolo do movimento.
Ao longo do dia, todas as oficinas e aulas do programa RAC tiveram a paz como tema central. "Mesmo se o garoto estiver estudando para ser DJ ou padeiro, não interessa, ele precisa ser estimulado a propagar a paz", avalia Joel Costa Rodrigues.
Uma semana antes do ato nacional pela paz, cerca de 500 jovens se reuniram no Festival da Juventude pela Dignidade Humana e pela Paz, no Jardim Planalto. "Houve apresentações de rap, peças de teatro. Fiquei impressionado com algumas letras", diz o padre.
Segundo o padre, a maior parte dos moradores do bairro já acordou para o tema. "Como moro aqui, posso dizer que 99% dos moradores do Jardim Ângela são pessoas de bem, que querem acertar na vida. E esse pessoal está começando a se esforçar para disseminar a paz."
A universitária Vanessa Silva, 22, que mora no Ângela desde que nasceu, acredita que a violência só deverá diminuir quando "o governo criar mais opções de lazer no bairro".
"Estudo numa faculdade particular na zona oeste e, quando digo que moro no Jardim Ângela, as pessoas ficam chocadas, parece até que eu sou um ET", conta. "Sinto que as pessoas do bairro já se encheram dessa situação e vão começar a se esforçar para melhorar as coisas por aqui e mudar essa imagem negativa." (CA)


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