São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2011

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COM QUE ONG EU VOU?

SEJA NA ÁFRICA OU NO PRÓPRIO BAIRRO, JOVENS FAZEM DIFERENTES TIPOS DE TRABALHO VOLUNTÁRIO E DÃO UMA FORCINHA PARA O CURRÍCULO

BRUNO MOLINERO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Para ter uma ideia, minha lista de amigos do Facebook quase dobrou desde que virei voluntário", diz Renato Dornelas, 18, que ensina taekwondo para jovens carentes.
Ele conta, porém, que o voluntariado rendeu muito mais do que amigos e a sensação boa de estar ajudando quem precisa. A experiência fez com que ele ganhasse uma viagem para encontrar outros jovens voluntários nos EUA. Em novembro, ele participará de um encontro parecido em Londres.
É algo que certamente vai contar muitos pontos no currículo de Renato. "Fazer trabalhos voluntários ajuda na vida profissional. Mostra que o jovem é ativo e tem responsabilidade", diz Manoela Costa, gerente da Page Talent, que trabalha com estágios e trainees.
"É como um intercâmbio: conta como experiência de vida. Mas, além de dizer onde trabalhou, é preciso contar que atividades desenvolveu."
Jaqueline Damasco, 23, por exemplo, acha que a experiência como voluntária no currículo foi fundamental para que ela fosse contratada na empresa de tecnologia onde trabalha. "Quando você diz que é voluntária, chama a atenção." Há um ano, ela visita crianças com câncer pelo Graac (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer).
Mas nem tudo são flores no reino das boas ações. "Quando contei que construiria casas na favela no fim de semana, minha mãe se assustou", relembra Mariana Panseri, 19.
Já a mãe de Taís Siqueira, 20, achou que ela estava louca quando decidiu trabalhar um mês em uma ONG na Nigéria. "Passei fome, calor, tudo!" A casa não tinha chuveiro nem privada. A comida era apenas inhame e banana.
Mas valeu a pena? "Claro! Cresci muito. E foi bom para meu trabalho atual, que envolve direitos humanos." Hoje, ela trabalha em uma comissão sobre o assunto na Assembleia Legislativa de Goiás.
Maria Vitória Pieralise, 15, que visita o Hospital das Clínicas, concorda: "É pesado. Mas você se sente ótimo".

VOLTA À INFÂNCIA
Se você gosta de se vestir de palhaço, é fã de Lego ou adora ser rodeado por crianças, este é o trabalho voluntário ideal. "A gente conversa e brinca com as crianças. Às vezes, até levo brinquedos de casa", conta Jaqueline, que visita o hospital do Graac aos domingos. Na Fundação Gol de Letra, é possível monitorar as crianças enquanto elas brincam ou praticam esportes. Veja onde extravasar toda a saudade da infância:
www.graac.org.br
www.goldeletra.org.br

VERDES E FEROZES
"Sempre me preocupei com o meio ambiente. Como era meio mole para visitar hospitais, acabei no Greenpeace", diz Ranni Soares, 19. Quem quer salvar a natureza pode procurar uma das ONGs abaixo para ajudar a organizar manifestações e a divulgar campanhas. É possível dar uma força nos escritórios das organizações, também.
www.greenpeace.org/brasil/pt
www.wwf.org.br

SEM CASA, SEM COMIDA, SEM NADA
"No começo, eu tinha medo de entrar em favela", conta Mariana Panseri, 19. Mas, desde que entrou para a ONG Um Teto para meu País e começou a construir casas na periferia, ela mudou. Outra maneira de ajudar pessoas sem-teto é distribuindo comida e mantimentos. Veja mais:
www.umtetoparameupais.org.br
www.cruzvermelha.org.br
www.anjosdanoite.org.br

LONGE DE CASA
Nada de férias na Disney. Há quem prefira visitar a Nigéria, a Namíbia ou a Índia. Em vez de hotéis, casas de família. No lugar da piscina, trabalho duro. É possível tentar salvar animais em risco de extinção, ajudar na educação de crianças muito pobres ou tentar melhorar a condição de vida dos adultos. "Trabalhei com gente escravizada. O problema é que, na casa em que fiquei, a empregada era escrava", lembra Taís Siqueira, 20. Veja empresas que têm programas do tipo:
www.ci.com.br
www.experimento.org.br

EDUCAÇÃO
Atenção, classe! Quem tem facilidade para ensinar pode ser professor voluntário em escolas públicas, cursinhos comunitários e outras instituições. "Não dou aulas para ajudar pobres coitados. Estou lá para encontrar pessoas e traçar uma relação com elas", diz Ian Oliver, 22, que dá aulas de literatura no Cursinho da Psico, na USP. Além disso, ele também trabalha em escolas particulares. "É muito diferente.
O cursinho é mais proveitoso. A proximidade com os alunos é bem maior." Veja exemplos:
www.cursinhodapsico.org
amigosdaescola.globo.com



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