São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 2005

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Quem tem HPV pode fazer sexo oral? JAIRO BAUER

"Namoro uma garota que contraiu HPV há três anos. Ela se trata desde que descobriu, mas ficou meio traumatizada. Transamos sempre com preservativo. Ela nunca vai ficar livre da doença? Como vamos poder ter filhos? Sexo oral estará sempre fora de cogitação? Moramos longe e ela tem dor nas relações. Será que é por causa da doença ou pela baixa freqüência sexual?"

O HPV (papilomavírus humano) é o causador de uma das doenças transmitidas pelo sexo mais freqüentes no Brasil. Pesquisas apontam que até 20% das mulheres com vida sexual ativa se contaminam com esse vírus, adquirido na maioria das vezes em relações sem camisinha.
Nas mulheres, o HPV pode causar verrugas na região genital ou provocar lesões na vagina ou no colo do útero, só identificadas pelo ginecologista.
Se existe uma lesão, ela tem que ser tratada. O HPV é a principal causa de câncer de colo de útero (que atinge todos os anos cerca de 50 mil brasileiras). Quando a mulher diagnosticada tem um parceiro fixo, ele também precisa ser examinado. Logo após o início do tratamento, o casal é orientado a fazer sexo com proteção por alguns meses.
E os filhos? Uma vez tratado, na maioria das vezes, o HPV não volta a aparecer, e o casal, desde que comprometido com a fidelidade, pode voltar a praticar sexo sem camisinha. O mesmo vale para o sexo oral. Mas vale um alerta: como muitos tipos de vírus que podem ficar "adormecidos" no organismo, o HPV pode, um dia, voltar a se manifestar. Por isso, a camisinha nunca é demais.
Quanto à dor, o tratamento pode, inicialmente, causar um desconforto no retorno à vida sexual, que dura alguns meses. Mas, muitas vezes, a causa da dor é o trauma emocional que ela enfrentou, a baixa freqüência das relações do casal, a falta de intimidade etc. Vale insistir em um papo com ela, vencendo a barreira da falta de comunicação, e também uma orientação do especialista que cuida dela, certo?

Boa notícia
Na última semana, foram divulgados resultados preliminares de uma nova vacina americana, testada em vários países, que evita a infecção por alguns tipos de HPV. Os primeiros dados revelam que a vacina conseguiu evitar em até 90% as infecções pelo vírus e os casos de câncer de útero.


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