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Quem tem HPV pode fazer sexo oral?
JAIRO BAUER
"Namoro uma garota que contraiu HPV há
três anos. Ela se trata desde que descobriu,
mas ficou meio traumatizada. Transamos
sempre com preservativo. Ela nunca vai
ficar livre da doença? Como vamos poder
ter filhos? Sexo oral estará sempre fora de
cogitação? Moramos longe e ela tem dor
nas relações. Será que é por causa da
doença ou pela baixa freqüência sexual?"
O HPV (papilomavírus humano) é o
causador de uma das doenças transmitidas pelo sexo mais freqüentes no
Brasil. Pesquisas apontam que até
20% das mulheres com vida sexual
ativa se contaminam com esse vírus, adquirido na
maioria das vezes em relações sem camisinha.
Nas mulheres, o HPV pode causar verrugas na
região genital ou provocar lesões na vagina ou no
colo do útero, só identificadas pelo ginecologista.
Se existe uma lesão, ela tem que ser tratada. O
HPV é a principal causa de câncer de colo de útero
(que atinge todos os anos cerca de 50 mil brasileiras). Quando a mulher diagnosticada tem um parceiro fixo, ele também precisa ser examinado. Logo
após o início do tratamento, o casal é orientado a
fazer sexo com proteção por alguns meses.
E os filhos? Uma vez tratado, na maioria das vezes, o HPV não volta a aparecer, e o casal, desde que
comprometido com a fidelidade, pode voltar a praticar sexo sem camisinha. O mesmo vale para o sexo oral. Mas vale um alerta: como muitos tipos de
vírus que podem ficar "adormecidos" no organismo, o HPV pode, um dia, voltar a se manifestar.
Por isso, a camisinha nunca é demais.
Quanto à dor, o tratamento pode, inicialmente,
causar um desconforto no retorno à vida sexual,
que dura alguns meses. Mas, muitas vezes, a causa
da dor é o trauma emocional que ela enfrentou, a
baixa freqüência das relações do casal, a falta de intimidade etc. Vale insistir em um papo com ela,
vencendo a barreira da falta de comunicação, e também uma orientação do
especialista que cuida dela,
certo?
Boa notícia
Na última semana, foram divulgados resultados
preliminares de uma nova
vacina americana, testada
em vários países, que evita
a infecção por alguns tipos
de HPV. Os primeiros dados revelam que a vacina
conseguiu evitar em até
90% as infecções pelo vírus e os casos de câncer de
útero.
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