São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

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artes plásticas

Nesta semana ou em 2008

Começa a reta final para visitar a Bienal Internacional de São Paulo, que fica no parque Ibirapuera até o dia 17

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Bienal Internacional de São Paulo, no parque Ibirapuera, termina no próximo domingo. Se você deixou para visitar a megaexposição de arte na reta final, o Folhateen vai recomendar o que é imperdível nesse que é o principal evento de artes plásticas do Brasil. Três dos monitores da Bienal, Paola de Marco, 21, Débora Querido, 23, e Júlio Meiron, 24, que estão lá desde o dia 7 de outubro, dão uma força. Eles já avisam logo de cara: sexo e violência são os assuntos que mais chamam a atenção do público jovem.
Júlio, artista plástico, exemplifica: "Sexo é assunto que aparece em obras como o lote da Daspu, com roupas feitas por prostitutas; ou em "Studio Butterfly", de Virgínia Medeiros, instalação com depoimento de travestis", explica.
Já a violência é assunto da instalação de Thomas Hirschborn, precedido por cartaz com a frase: "Esta obra contém fotos de mutilação humana".
"São obras legais para introduzir a visitação, pois mesmo quem chega com resistências à Bienal acaba se abrindo depois de passar por elas", diz Paola, estudante de artes visuais.
A monitora Débora, estudante de história, destaca a intensidade com que as pessoas reagem às certas obras, como o trabalho de Virgínia Medeiros, que mostra nu frontal de travestis. "Alguns visitantes abandonaram a explicação. Mas, quando viram que a discussão foi para frente, voltaram."
Neste ano, o tema da Bienal é "Como Viver Junto". O norte dado por ele, no entanto, não é percebido por meio de peças que tratam de sexo e violência.
Política por excelência, essa Bienal ainda traz trabalhos sobre problemas sociais, conflitos políticos, racismo e outros temas que merecem reflexão.
Interpretar obras, portanto, pode ser uma chance de exercitar o pensamento crítico, como fez Paulo Porto, 16, ao analisar a obra "Not Impressed by Civilization", da mexicana Minerva Cuevas, na qual um Ronald McDonald junkie anda pelas ruas de Istambul. "Tem coisa que todo mundo sabe, mas ninguém tem coragem de falar assim abertamente", diz.


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