São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

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5 destaques da Bienal

Este É o Mundo Disney
Se o título despertou a imagem de um lugar fantasioso e colorido, pode esquecer. Esra Ersen, autora deste trabalho, só usou a palavra Disney como contraponto ao mundo desencantado que registra em vídeo, com depoimentos de adolescentes de Istambul. Os relatos trazem problemas comuns também em São Paulo, como violência, alcoolismo, brutalidade.
"Educação Superior" - Servet Kocygit -artista nascido em Istambul, mas com residência em Amsterdã- não brinca em serviço, ainda que suas instalações carreguem ligeiro ar jocoso. Para a Bienal, traz a foto de uma instalação com carteiras escolares empilhadas, formando uma espécie de pirâmide. Estudantes estão sentados normalmente sobre a estrutura, como se a aula transcorresse normalmente.

Linha Dupla de Trabalho
Esse é o trabalho de um artista australiano bastante jovem, com cara e jeito de skatista, chamado Shaun Gladwell, que sempre usa skate e tecnologia como suporte para seus trabalhos. "Linha Dupla de Trabalho" não foge à regra. Duas projeções em vídeo no chão onde está o trabalho reproduzem as imagens registradas por câmeras colocadas embaixo do skate em movimento.

Not Impressed by Civilization
É uma das obras mais comentadas entre adolescentes, segundo monitores da Bienal. Um Ronald McDonald meio junkie, meio barrigudo, vai andando pelas ruas da cidade do México, fazendo relatos em público sobre as condições de trabalho, os gastos com publicidade e outros detalhes da rede de fast food mais famosa do planeta. A obra, da mexicana Minerva Cuevas, é mais uma alfinetada nas grandes corporações.

Os Meninos do Morrinho
Os tais meninos do Morrinho são adolescentes que trabalham com arte e arte-educação na ONG Morrinho, da artista Paula Trope, no Rio de Janeiro. O trabalho exposto na Bienal traz auto-retratos desses meninos, à frente de maquetes montadas por eles. Preste atenção em como um artista, como faz Paula, pode se apropriar de imagens de autoria alheia, em processos colaborativos.

No Ar
Não tem como não ver o edifício de bolhas de ar feitas de plástico pelo argentino Thomas Saraceno ocupando o vão de três andares do prédio da Bienal. O público pode entrar na estrutura e escalar seus três andares (isso quando a obra não está em manutenção, como tem ocorrido com certa freqüência). É o hit dessa edição. Dependendo do movimento do dia, para entrar no trabalho é preciso pegar fila.


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