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O Folhateen traz até você a exposição sobre o líder da Legião Urbana, em cartaz no CCBB de Brasília
Renato Russo como você nunca viu
LEANDRO FORTINO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Renato Russo (1960-96) e as letras, roteiros e textos que escreveu, as roupas
que vestiu, os discos que ouviu, os livros
que leu, a família e os fãs que deixou. A
vida de um dos maiores ídolos da música
brasileira ganha uma exposição inédita
no Centro Cultural Banco do Brasil de
Brasília, terra natal da Legião Urbana.
Como ainda são remotas as chances de
essa mostra viajar por outras cidades do
Brasil, a reportagem do Folhateen foi até
lá para trazer aos fãs um pouco da sensação que é ver de perto detalhes desconhecidos de Renato Russo, morto, há oito anos, em decorrência da Aids.
Intitulada "Renato Russo Manfredini
Jr.", a exposição foi idealizada pela família do cantor e teve curadoria da irmã dele, Carmem Teresa Manfredini, 41, e da
amiga Renata Azambuja, 39. As duas recriaram nas salas redondas do espaço do
CCBB dois ambientes diferentes. No andar térreo, está uma linha do tempo que
se inicia em 1960, quando Renato nasceu, mas não termina em 1996.
"Renato não parava de produzir. Há
projetos de livros, roteiros de filmes para
o cinema, livros e até uma peça curta,
que ele escreveu para ser encenada por
estudantes e se chama "A Verdadeira Desorganização do Desespero", que pretendemos montar no futuro", conta Carmem, que quer que a mostra faça duas
homenagens, uma ao irmão e outra ao
pai, morto no último dia 9 de fevereiro.
É impressionante ver a organização de
Renato, que guardou tudo o que escreveu em sacos de plástico e envelopes.
Sorte a dos fãs, que podem acompanhar
desde redações da escola até o processo
de composição das letras, a maioria escrita a mão, em ótima caligrafia.
A astrologia, verdadeira paixão desse
ídolo, é bem representada logo na entrada do lugar, que traz pintado no teto o
céu no momento em que Renato nasceu,
às 4h01 do dia 27 de março de 1960.
No subsolo do espaço, foi recriado o
apartamento do cantor, na rua Nascimento Silva, em Ipanema, no Rio. É muito legal invadir a privacidade de Renato
Russo e ver de perto os objetos de decoração, como o pote de jujubas, um verdadeiro vício dele, fotos de álbuns de família, retratos 3x4, roupas compradas em
viagens aos EUA, revistas, coleção de
postais do fotógrafo David LaChapelle e
de pin-ups, desenhos de personalidades
como John Lennon e Jesus Cristo, os
óculos que ele usava e todo o material da
banda imaginária 42nd Street Band, com
entrevistas, reportagens a até o futuro
desse grupo que existiu apenas na cabeça
misteriosa de Renato Russo.
No centro disso tudo, está o escritório,
ou seja, o lugar onde ele exercitava sua
criatividade e escrevia a maioria de suas
composições. A coleção de livros, os
mais de 2.000 CDs, discos de vinil, pôsteres dos filmes "Betty Blue" e "A Lei do
Desejo", enfim, tudo o que habitava a
mente de Renato Russo.
É claro que muita coisa ficou de fora.
"A idéia é criar um memorial, um espaço
onde toda a obra de Renato Russo esteja
exposta o tempo todo. O lugar ainda terá
estúdios de gravação musical de aluguel
barato, um palco, oficinas de artes, teatro, cinema e literatura", conta Carmem.
O jornalista Leandro Fortino viajou a Brasília a
convite do Centro Cultural Banco do Brasil
RENATO RUSSO MANFREDINI JR. Exposição de
fotos, instrumentos, textos, letras, roupas e
outros objetos pertencentes ao cantor,
compositor e líder da banda Legião Urbana.
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (SCES
Trecho 2 - Lote 22 - Brasília - DF ). Quando: de
terça a domingo, das 10h às 21h (até 23/5).
Quanto: entrada franca.
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