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eu, mangá
Traços feios desenham "Ooru", uma
curiosa história sobre um escritor de mangás
DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nem todos os leitores estão
satisfeitos com o traço convencional dos mangás de sucesso
no Brasil -limpo, delicado e
preciso, como nos títulos da
Clamp ("Sakura Card Captors",
"X/1999", "Chobits" etc.).
Apostando nos que preferem
linhas tortas, riscos em excesso
e sujeira no traço, foi lançado o
mangá "Ooru", de Jun Hanyunyuu, cujo estilo expressionista e esteticamente feio é incomum em gibis japoneses.
A história também foge do
básico. Nada de meninas ganhando superpoderes, samurais se enfrentando com golpes
fantásticos ou animais de estimação que podem falar.
Um dos protagonistas de
"Ooru" é Kozou Sanou, mangaká (quem desenha mangás)
aposentado que decide se tornar mafioso. O outro é Takeshi
Antai, editor que, ao não conseguir convencer Kozou a voltar a
desenhar, decide entrar também para o crime organizado.
Fazer parte da yakusa (máfia
japonesa), porém, não vai ser
fácil para os dois. Cometer assassinatos fará parte da rotina
deles -o que não incomoda o
desequilibrado Kozou, para
quem matar é um prazer.
O enredo de "Ooru" não é tão
bem construído nem tão interessante quanto o de outros títulos de sucesso que a Conrad
já publicou -vale citar os clássicos "Dragon Ball" e "Cavaleiros do Zodíaco", que abriram as
portas para os mangás no Brasil. Mas a proposta estética inovadora -fugir do traço bonitinho característico da maioria
dos gibis japoneses- faz com
que valha a pena ao menos dar
uma folheada.
"Ooru" pode ser considerado
um mangá "seinen", gênero direcionado a homens adultos.
Há sangue e sexo, apesar de
não exageradamente -quem
está acostumado com os polêmicos "X/1999" e "Love Junkies", ambos da editora JBC,
não deve se surpreender com o
conteúdo. A leitura é, segundo
a editora Conrad, aconselhável
para maiores de 16 anos.
A primeira edição de "Ooru"
tem 174 páginas e está sendo
vendida a R$ 12,90. No total serão cinco volumes publicados
bimestralmente.
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