São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2008

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Traços feios desenham "Ooru", uma curiosa história sobre um escritor de mangás

DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nem todos os leitores estão satisfeitos com o traço convencional dos mangás de sucesso no Brasil -limpo, delicado e preciso, como nos títulos da Clamp ("Sakura Card Captors", "X/1999", "Chobits" etc.).
Apostando nos que preferem linhas tortas, riscos em excesso e sujeira no traço, foi lançado o mangá "Ooru", de Jun Hanyunyuu, cujo estilo expressionista e esteticamente feio é incomum em gibis japoneses.
A história também foge do básico. Nada de meninas ganhando superpoderes, samurais se enfrentando com golpes fantásticos ou animais de estimação que podem falar.
Um dos protagonistas de "Ooru" é Kozou Sanou, mangaká (quem desenha mangás) aposentado que decide se tornar mafioso. O outro é Takeshi Antai, editor que, ao não conseguir convencer Kozou a voltar a desenhar, decide entrar também para o crime organizado.
Fazer parte da yakusa (máfia japonesa), porém, não vai ser fácil para os dois. Cometer assassinatos fará parte da rotina deles -o que não incomoda o desequilibrado Kozou, para quem matar é um prazer.
O enredo de "Ooru" não é tão bem construído nem tão interessante quanto o de outros títulos de sucesso que a Conrad já publicou -vale citar os clássicos "Dragon Ball" e "Cavaleiros do Zodíaco", que abriram as portas para os mangás no Brasil. Mas a proposta estética inovadora -fugir do traço bonitinho característico da maioria dos gibis japoneses- faz com que valha a pena ao menos dar uma folheada.
"Ooru" pode ser considerado um mangá "seinen", gênero direcionado a homens adultos.
Há sangue e sexo, apesar de não exageradamente -quem está acostumado com os polêmicos "X/1999" e "Love Junkies", ambos da editora JBC, não deve se surpreender com o conteúdo. A leitura é, segundo a editora Conrad, aconselhável para maiores de 16 anos.
A primeira edição de "Ooru" tem 174 páginas e está sendo vendida a R$ 12,90. No total serão cinco volumes publicados bimestralmente.


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